VIDA E DA MORTE
VIDA E DA MORTE -
CONTINUAÇÃO ATÉ ÍTEM 9
2a.
REUNIÃO
(Fonte:
capítulos 5 a 9.)
1. O papel do perispírito no processo da
fecundação - Dotado de expressiva capacidade
plasmadora, o perispírito registra todas as ações do
Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo
os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos
vibratórios nas reencarnações porvindouras. Intermediário entre a alma e o corpo
físico, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os efeitos
dela em retorno à causa geratriz. Captando o impulso do pensamento e computando
a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem,
assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas
as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos
derivados. Constituído por campos de força muito especiais, o perispírito
irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que facultam a
perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo áreas de afinidade e
repulsão de acordo com as ondas emitidas. Desse modo, quando o Espírito é
encaminhado, por ocasião da reencarnação, aos futuros genitores, no momento da
fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do
perispírito do reencarnante, que naquele espermatozóide encontrou os fatores
genéticos de que necessitava para a programática a que se deve submeter. A
partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância
com o conteúdo vibratório dos registos perispirituais, vão organizando o corpo
que o Espírito habitará. Como é certo que, em casos especiais, há toda uma
elaboração de programa para o reencarnante, na generalidade, os automatismos
vibratórios das Leis de Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem
lugar ao acaso. Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e
respondem pela sua constituição. Espermatozóides e óvulos, em conseqüência,
possuem campo de força específico, que propele os primeiros para o encontro com
os últimos, facultando o surgimento da célula ovo. Por sua vez, cada gameta
exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade biológica, na programação
genética de que se faz portadora. (Pensamento e perispírito, pp. 35 e
36.)
2. Cada Espírito é herdeiro ou legatário de si
mesmo - É assim que o perispírito do reencarnante sincroniza com a
vibração do espermatozóide que possui a mesma carga vibratória, sobre ele
incidindo e passando a plasmar no óvulo fecundado o corpo compatível com as
necessidades evolutivas, como decorrência das catalogadas ações pretéritas.
Equilíbrio da forma ou anomalia, habilidades e destreza, ou incapacidade,
inteligência, memória e lucidez, ou imbecilidade, atraso mental, oligofrenia
serão estabelecidos desde já pela incidência das conquistas espirituais sobre o
embrião em desenvolvimento. Sem ignorarmos a hereditariedade nos processos da
reencarnação, o seu totalitarismo, conforme entendem diversos estudiosos da
Embriogenia, não tem razão de ser. Cada Espírito é legatário de si mesmo. Seus
atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal,
impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em
crédito, sob os critérios da Divina Justiça. Claro que caracteres físicos,
fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da
convivência em família, jamais os de natureza psicológica que afetam o destino,
ou de ordem fisiológica no mapa da evolução. Saúde e enfermidade, beleza e
feiúra, altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da
vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou
mal utilizados nas existências pretéritas. Além desses, os comportamentos e as
manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e
que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do
progresso de cada ser. As alienações, os conflitos e os traumas, as doenças
congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições
morais, sociais e econômicas, são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca
heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da
inconseqüência. (Pensamento e
perispírito, pp. 36 e 37.)
3. É absurdo pensar que o filho tenha de pagar pelos
pais - A aparente hereditariedade compulsória, assim como a injunção
moral atuante em determinado indivíduo, fazendo recordar algum ancestral,
explica-se em razão de ser aquele mesmo Espírito, ora renascido no clã, para dar
prosseguimento a realizações que ficaram incompletas ou refazer as que foram
perniciosas. Motivo este que libera o filho de pagar pelos pais ou pelos avós, o
que constituiria, se verdadeiro, uma terrível e arbitrária imposição da Justiça,
que, mesmo na Terra, tem código penalógico mais equilibrado. Os pensamentos
largamente cultivados levam o indivíduo a ações inesperadas, como decorrência da
adaptação mental que se permitiu. Desencadeada a ação, os efeitos serão
incorporados ao modus vivendi
posterior da criatura. E mesmo quando não se convertem em atitudes e
realizações, por falta de oportunidade, aquelas aspirações mentais, vividas em
clima interior, apresentam-se como formas e fantasmas que terão de ser diluídos por
meio de reagentes de diferente ordem, para que se restabeleça o equilíbrio do
conjunto espiritual. Conforme a constância mental da idéia, aparece uma
correspondente necessidade da
emoção. Todos esses condicionamentos estabelecem o organograma físico, mental e
moral da futura empresa reencarnacionista a que o Espírito se deve submeter,
ante o fatalismo da evolução. O conjunto -- Espírito ou mente, perispírito ou
psicossoma e corpo ou soma -- é tão entranhadamente conjugado no processo da
reencarnação que, em qualquer período da existência, são articulados ou
desfeitos sucessivos equipamentos que procedem da ação de um sobre o outro. O
Espírito aspira e o perispírito age sobre os implementos materiais, dando
surgimento a respostas orgânicas ou a fatos que retornam à fonte original, como
efeito da ação física que o mesmo corpo transfere para o ser eterno,
concedendo-lhe crédito ou débito, que se incorpora à economia da vida
planetária. (Pensamento e perispírito, pp. 37 a
39.)
4. O mundo mental
modela o mundo físico - O mundo
mental, das aspirações e ideais é o grande agente modelador do mundo físico,
orgânico. Conforme as propostas daquele, têm lugar as manifestações neste. Assim
se compreende porque a Terra é mundo de “provas e expiações”, considerando-se
que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas
iniciais, inferiores, portanto, da evolução. À medida que o ser evolve, melhores
condições estatui para o próprio crescimento, dentro do mesmo critério da lei do
progresso, que realiza com mais segurança os mecanismos de desenvolvimento, de
acordo com as conquistas logradas. Quanto mais adiantado um povo, mais fáceis e
variados são-lhe os recursos para o seu avanço. O pensamento é, assim, um agente
de grave significado no processo natural da vida, representando o grau de
elevação ou inferioridade do Espírito, que, mediante o seu psicossoma ou órgão
intermediário, plasma o que lhe é melhor e mais necessário para marchar no rumo
da libertação. (Pensamento e
perispírito, pág. 39 .)
5. Não existe hereditariedade psicológica - As
leis de Mendel, estudadas largamente, vieram contribuir de modo eficaz para o
equacionamento de muitos enigmas nos diversos capítulos da hereditariedade. (N.R.: Johann Mendel, botânico austríaco,
nascido em 1822 e falecido em 1884, vivendo num mosteiro, realizou de 1856 a
1866 experiências sobre hereditariedade nos vegetais que fizeram dele o fundador
da genética.) No entanto, se complementam os conceitos do Transformismo e do
Evolucionismo, não interpretam inúmeros quesitos da realidade da vida biológica.
É inegável que os caracteres são transmissíveis e que os filhos, os descendentes
em geral, herdam de pais e ancestrais as parecenças físicas, a morfologia, as
posturas e outros sinais de identificação. Mas o mesmo não ocorre nas áreas
psíquica, psicológica e emocional. Pais geniais e antepassados doutos não geram,
necessariamente, filhos sábios, tanto quanto artistas e guerreiros não procriam
símiles. Certo, a convivência e a educação, os hábitos e a disciplina modelam as
personalidades dos descendentes, neles plasmando, às vezes pela violência
emocional, características que parecem herdadas, sem que o ser traga nas
paisagens íntimas essas habilidades ou determinações. Da mesma forma, homens
incultos e viciosos não reproduzem vidas caóticas semelhantes, exceto quando
degenerescências físicas impõem limitações e distúrbios de variada ordem. Mesmo
nos casos que se podem arrolar como decorrência da hereditariedade psicológica e
moral, devemos levar em conta os fatores anteriores ao renascimento físico do
ser. O Espírito é o engenheiro da maquinaria fisiopsíquica de que se vai
utilizar na jornada humana. Claro que os processos de reencarnação se fazem
mediante as leis de afinidade espiritual, por impositivos anteriores, o que
resulta em identificações e choques nos clãs, onde se reencontram seres
simpáticos ou adversários que o berço volta a reunir. Em face dessa conjuntura,
muitas das heranças se fazem naturais, porque o clima vibratório impõe os
condicionamentos e os programas indispensáveis na formação do corpo. (Tendências, aptidões e reminiscências,
pp. 41 e 42.)
6. As aptidões geralmente procedem das experiências
passadas - As aptidões e as tendências só raramente correspondem às
leis da hereditariedade, especialmente hoje, quando as opções para a conduta e a
ação se fazem um leque imenso de possibilidades, ensejando a identificação do
homem com as suas próprias realidades. No passado, a falta de comunicação de
massa, a ausência de contatos sociais imprimiam como tendências o que eram
hábitos dos grupamentos familiares, que impunham nos nascituros e crianças um
roteiro de realizações que se lhes incorporava impositivo, difícil de ser
evitado. Não obstante, as exceções demonstram, nos gênios como nos idiotas, a
independência do reencarnante em relação às matrizes genéticas. Eis por que as
tendências, as aptidões humanas, sem descartar-se a contribuição dos genes e
cromossomos, procedem das experiências do passado, em que o Espírito armazenou
valores que lhe pesam na economia evolutiva como poderosos plasmadores da
personalidade, da inclinação para uma como para outra área do conhecimento, para
a vivência da virtude ou do vício. Dramas e tragédias, crimes e ações nefandos
que passaram ignorados ou não justiçados pelos códigos humanos, convertem-se em
processos psicopatológicos que se manifestam em forma de desequilíbrio no
endividado, sem que haja fatores ancestrais que justifiquem o desconcerto. Ao
ser processado o mecanismo do renascimento, o candidato modela, imprime nas
células em formação aquilo de que necessita para recuperar-se, ascender e
resgatar... O mesmo se dá no campo da cultura, da beleza, da arte, em que o
Espírito, ao ser submetido aos implementos celulares, neles trabalha esses
equipamentos sutis para responderem com fidelidade ao ministério para o qual
retorna ao corpo, em realizações nobilitantes. (Tendências, aptidões e reminiscências,
pp. 42 e 43.)
7. As más tendências devem ser corrigidas - As
tendências e aptidões atuais são, pois, reminiscências do passado de cada
indivíduo. Tudo a que se aspira e se realiza sem a aprendizagem atual procede de
experiências passadas, que se encontram ínsitas no ser e desabrocham como
inclinação, impulso, compulsão, mais poderosos do que o meio onde a criatura se
encontra localizada. As aptidões
superiores devem ser cultivadas, tanto quanto não podem ser deixadas sem
conveniente tratamento as más tendências,
que devem ser disciplinadas,
corrigidas a qualquer esforço,
para que sejam superadas,
oferecendo campo para os primeiros cometimentos no setor do bem, na condição
de exercício dignificante em formulação para realizações elevadas e
libertadoras no futuro. Todo empreendimento exige esforço, diretriz e segurança.
As tendências doentias, heranças pessoais dos gravames anteriores, devem ser
canalizadas para as realizações positivas, como experiência inicial que se
automatizará, dando margem às paixões elevadas, aquelas que promovem o indivíduo
à sua condição de conquistador da razão a caminho da intuição, ao tempo em que
se liberta do atavismo primário das imantações do reino animal... Fadado à
Grande Conquista, recorda para elevar-se, superando o mal que nele remanesce,
sob o apelo do amor que o alimenta e é de procedência divina. (Tendências, aptidões e reminiscências,
pp. 43 e 44.)
8. Fatalismo biológico absoluto não existe - O
fatalismo biológico, estabelecido mediante as conquistas pessoais de cada
indivíduo, não é definitivo em relação à data da sua morte. A longevidade como a
brevidade da existência corporal, embora façam parte do programa adrede
estabelecido para cada homem, alteram-se para menos ou para mais, de acordo com
o seu comportamento e do contributo que oferece à aparelhagem orgânica para a
sua preservação ou desgaste. Necessitando de um período de tempo em cada
existência física para realizar a aprendizagem evolutiva em cujo curso está
inscrito, o Espírito tem meios para abreviar-lhe ou ampliar-lhe o ciclo,
mediante os recursos de que dispõe e são facultados a todos. É óbvio que o
estróina desperdiça maior quota de energias, impondo sobrecargas desnecessárias
aos equipamentos fisiológicos, do que o indivíduo prudente. As ocorrências que
lhe sucedam têm as suas causas no comportamento que se permitem. Igualmente, a
forma de desencarnar, sem fugir ao impositivo do destino que é de construção
pessoal, resulta das experiências que são vividas. O homem imprevidente e
precipitado, desrespeitador dos códigos de lei estabelecidos, torna-se fácil
presa de infaustos acontecimentos, que
ele mesmo se propicia como efeito da conduta arbitrária a que se entrega.
Acidentes, homicídios, intoxicações, desastres de vários tipos que arrebatam
vidas, resultam da imprevidência, da irresponsabilidade, do orgulho dos que lhes
são vítimas, na maioria das vezes e no maior número de acontecimentos. Devendo
aplicar a inteligência e a bondade como norma de conduta habitual, grande parte
das criaturas prefere a arrogância, a discussão acesa, o desrespeito ao dever, a
negligência, tornando-se, afinal, vítimas de si mesmas, suicidas indiretas. Nos
autocídios de ação prolongada ou imediata, a responsabilidade é total daqueles
que tomam a decisão infeliz e a levam a cabo, inspirados ou não por Entidades
perversas com as quais sintonizam. Derrapando em comportamentos pessimistas a
que se aferram, a atitudes agressivas nas quais se comprazem, na fixação de
idéias tormentosas em que se demoram, em ambições desenfreadas e rebeldia
sistemática, a etapa final, infelizmente, não pode ser outra. Com o gesto que
supõem ser de libertação, tombam, por largos anos de dor, em mais cruel processo
de recuperação e desespero, para que aprendam disciplina e submissão contra as
quais antes se rebelaram. (Comportamento e vida, pp. 45 e
46.)
9. As causas que influem na vida são de duas
classes - Depreende-se, portanto, que o comportamento do homem a todo
instante contribui de maneira rigorosa para a programação da sua vida. São de
duas classes as causas que influem na sua existência, dentro do determinismo da
evolução humana: as próximas, desta reencarnação, na qual se movimenta, e as
remotas, que procedem das ações pretéritas. Estas últimas estabeleceram já os
impositivos de reparação a que o indivíduo não pode fugir, amenizando-os ou
vencendo-os através de atuais ações do amor, que promovem quem as vitaliza e
aquele a quem são dedicadas. As primeiras, no entanto, as da presente
existência, vão gerando novos compromissos que, se negativos, podem ser
atenuados de imediato por meio de atitudes opostas, e, se positivos, ampliados
na sua aplicação. O tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania, a sexolatria, a
glutoneria, entre outros fatores dissolventes e destrutivos, são de livre opção
atual, não incursos no processo educativo de ninguém. Aquele que se vincula a
qualquer deles, padecer-lhe-á, inexoravelmente, o efeito prejudicial, não se
podendo queixar ou aguardar solução de emergência. O tabagismo responde por
canceres de várias procedências, na língua, na boca, na laringe, e por inúmeras
afecções e enfermidades respiratórias, destacando-se o terrível enfisema
pulmonar. Todo aquele que se lhe submete à dependência viciosa, está incurso,
espontaneamente, nessa fatalidade
destruidora, que não estava no seu programa e foi colocada por imprevidência ou
presunção. O alcoolismo é gerador de distúrbios orgânicos e psíquicos de
inomináveis conseqüências, gerando desgraças que de forma nenhuma deveriam
suceder. É ele o desencadeador da loucura, da depressão ou da agressividade, na
área psíquica, sendo o responsável por distúrbios gástricos, renais e,
principalmente, pela irreversível cirrose hepática. Através da aguardente ou do
whisky, a alcoolofilia dizima
multidões que se lhe entregam espontaneamente. (Comportamento e vida, pp. 46 e
47.)