AMAR A VIDA
O pintor Van
Gogh disse: O melhor meio de amar a vida é amar muitas
coisas.
Se você quiser
saber se sabe amar, preste atenção e veja quantas vezes por dia você diz:
Detesto isso. Detesto esse tipo de gente. Detesto esse tipo de coisas.
Tudo isso em vez de dizer gosto.
Você diz que ama
as coisas? Quantas vezes você diz gosto disso? Gosto de crianças.
Gosto de flores. Gosto de música.
Para amar a
vida, devemos estar dispostos a amar.
Você pode
imaginar alguma coisa mais importante?
Por que se
trabalha? Por que se luta? Por que se sofre? Por que se espera? É o amor. É a
vida.
Trabalha-se
porque se ama o trabalho. Escolhemos a profissão porque gostamos de fazer
aquilo. Certo dia, observamos um cirurgião que estudava para uma delicada
intervenção, que teria que realizar no dia seguinte. Ele lia, fazia
apontamentos, preparava gráficos.
Era uma cirurgia
para reconstituição da face de uma adolescente que sofrera um sério traumatismo.
De vez em quando, entre uma e outra anotação, ele exclamava: Fascinante!
Maravilha! Que coisa surpreendente.
Era o
profissional apaixonado pela sua arte, pela sua profissão, pelo que ele iria
realizar no dia seguinte.
Conta um
professor universitário que, certa feita, foi para a Nova Inglaterra, no outono,
visitar um de seus alunos. Passeando, ele pediu que parasse o carro. Ele estava
maravilhado com a visão daquelas árvores com folhas vermelhas, douradas, azuis,
roxas, castanhas, magenta e pretas.
Sim, pretas,
tudo na mesma árvore. Ele nunca havia visto algo assim. Em Los Angeles, onde
residia, estava habituado, na chegada do outono, a que as folhas secassem e
caíssem. E pronto.
Mas ali, ele
estava impressionado e perguntou: Como é que essa folha resolve ser preta e
esta resolve ser amarela? Na mesma árvore!?
Ora, disse o
aluno, sei lá. É assim mesmo./
Não, falou o
professor. Não é assim mesmo. Deve haver um bom motivo para isso e eu quero
saber qual é. Leve-me para a biblioteca!
Foram à
biblioteca e pesquisaram o assunto. Depois de esclarecido acerca das razões
científicas para a mudança das cores, o professor afirmou: Conhecer tudo isso
não torna a questão nem mais nem menos espiritual. Continua a ser pura magia. A
ser maravilhoso.
E se manteve
encantado e apaixonado pelas cores das folhas. Isso é amar as
coisas.
Isso é dizer sim
à vida. É ser um amante da vida. E se a vida, por acaso, lhe oferecer muitos
dias de céu cinzento, siga à risca a recomendação do escritor Nikos Kazantzakis:
Você tem o seu pincel, tem as suas tintas, pinte o paraíso e depois entre
nele.
* *
*
Contemplemos a
terra submissa e boa, sulcada pelo arado para a dádiva do
pão.
Aprendamos com
ela a lição da humildade e deixemos que o agricultor compassivo transforme nossa
vida numa semeadura de amor para o bem de todos.
Amemos a manhã
que desperta ensolarada. Amemos a chuva que chega, sem
avisar.
Agradeçamos ao
vento que enche de folhas a nossa calçada. Quando ele sossegar, aproveitemos e
fotografemos o tapete natural. Acreditemos: ninguém, além do vento, consegue
colocar as folhas dessa forma tão livre, tão
espontânea.
Aproveitemos a
hora que passa depressa e aquela que parece nunca terminar. Amemos nosso dia,
nosso tempo. Amemos a vida.
Redação do Momento Espírita, com
base no cap.
Escolha a vida, do livro
Vivendo, amando e aprendendo,
de Léo Buscaglia, ed. Nova Era e no
cap. 2, do livro
Glossário espírita cristão, pelo
Espírito Marco Prisco,
psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. LEAL.
Em
10.7.2014.