A FORÇA DOS SENTIDOS
“Os vossos olhos são a luz do corpo, mas se essa luz for trevas, todo o
seu corpo estará em trevas“. (Jesus)
Dentre as muitas assertivas do mestre Jesus, no seu Evangelho de amor,
talvez essa seja uma das mais importantes para o homem terreno, porque ela
adverte que, os nossos sentidos materiais, a visão, o tato, a audição, o olfato
e o paladar, constituem antenas vivas, que mostram com nitidez aqui e do outro
lado da vida, o uso que fazemos deles.
Os nossos sentidos são sagrados e com destinações divinas, por isso não
podem ser desviados de suas destinações principais, porque isso faria que o
corpo físico entrasse em desequilíbrio, comprometendo a consciência imortal, nos
levando ao erro e ao ilícito, atrasando consequentemente nossa jornada evolutiva
a caminho da luz.
O divino mestre Jesus assinalou os olhos, porque é o sentido de primeiro
contato com as coisas externas, mas a observação do maior dispensador de bens
eternos do mundo serve também para todos os outros sentidos, a fim de que nos
possamos nos acautelar no uso deles, principalmente no relacionamento com os
nossos irmãos de luta terrena.
À primeira vista, poderíamos pensar que Deus dotou certas pessoas com
olhos maus, mas isso não corresponde à verdade, porque, em realidade, o nosso
semblante, a nossa cara fechada, assim como olhos endurecidos, apenas refletem o
nosso estado da alma, o teor dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos,
que afloram no corpo físico, representando o que realmente somos e desejamos da
vida.
Em síntese, Deus é imparcial, neutro e democrático, não tomando nenhum
partido, nem a favor nem contra, e sim deixa que cada ser humano utilize do seu
livre-arbítrio para realizar as escolhas que melhor convém a cada um de nós,
assumindo, é claro, a responsabilidade pelos erros e acertos nas experiências
realizadas no campo da carne e do espírito.
Chamando nossa atenção para a qualidade que devemos dar aos nossos olhos
materiais, o divino mestre sabe que para se ter um corpo luminoso, sadio e
pronto a satisfazer as necessidades do espírito imortal, é necessário um
controle diário dos nossos pensamentos e sentimentos, colocando para fora de nós
só o que for bom para nós, e principalmente para os
outros.
Quando Jesus afirma categoricamente em seu Evangelho que “somos deuses”,
ele quis dizer textualmente que já possuímos em estado embrionário as
características divinas, mas que só se afloram com trabalho, fé, coragem e
determinação, na luta constante no campo do bem.
O corpo físico que ostentamos é o instrumento de apresentação externa do
espírito imortal e, pelo simples fato de ainda grosseiro é difícil de ser
controlado, e só mesmo uma mente forte, educada espiritualmente, possui
condições adequadas para afastá-lo dos vícios, desejos e
paixões.
Temos ainda o “corpo espiritual” que é mais sutil, mais rarefeito e que
depois da morte passa a ser o novo instrumento do espírito em novas dimensões do
espaço, uma vez que o corpo físico, após o fenômeno “morte”, é devolvido à
natureza de onde foi tirado. Quem já consegue imprimir sentidos materiais, algum
quantum de “luz”, certamente já
está preparado para ajudar, para amparar,
solidarizar e compartilhar.
É através do corpo físico que mostramos a nossa
individualidade, assim como nos relacionamos com as demais criaturas animadas e
inanimadas de Deus, e exatamente por isso foi que Jesus tentou passa essa
mensagem tão divina: “Os vossos lhos são luz do corpo, mas se essa luz for
trevas, todo o seu corpo estará em trevas”, deixando claro de uma forma cabal e
completa que devemos passar para os outros o que tivermos de melhor, a fim de
que possamos receber também o que os outros tiverem de
melhor.
Quando os nossos sentidos são capazes de externar só o que há de melhor,
ou só perceber o que é belo e bom, estamos a caminho da perfeição, e somos
capazes de iluminar tudo, até mesmo as pequeninas coisas que sem essa luz do
corpo passariam despercebidas, pois o nosso discernimento estará ampliado ao
infinito, nos levando ao encontro das maravilhas da vida superior, e
consequentemente, ao encontro de Jesus. Jesus,
sempre...
Por: Djalma Santos