A TRANSIÇÃO DO PLANETA TERRA
Autor:
Bezerra de Menezes (espírito)
“A
população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de sete bilhões
de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade da
evolução...
Embora
as grandes aquisições do conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na
sua multiplicidade de áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes
não têm recebido a necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à
análise e à promoção dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as
técnicas do que com o comportamento moral, que é de suma importância. Por isso,
a herança que se transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz
mais respeito à ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço
de qualquer maneira, dando lugar à violência e à desordem...
Têm
ocupado lugar o materialismo e o utilitarismo, contexto em que muitos
comprazem-se distantes da solidariedade, da compaixão e dos espírito fraternal,
ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e vivido por
Jesus.
Os
indivíduos parecem anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções
compreensíveis.
Felizmente,
o fim do mundo de que falam as profecias refere-se àquele de natureza moral, com
a ocorrência natural de sucessos trágicos que arrebatarão comunidades,
facultando a renovação, que a ausência do amor não consegue lograr como seria de
desejar...
Esses
fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo
aterrador como muitos que ignoram a extensão do amor de Nosso Pai divulgam,mas
para um largo período de transformações, adaptações, acontecimentos favoráveis à
vigência da ordem e da solidariedade entre todos os seres.
É
compreensível, portanto, que a ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a
depender do livre-arbítrio das próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá
apressar ou retardar a sua constituição, suavizando-a ou
agravando-a...
Se
as mentes, ao invés do egoísmo, da insensatez e da perversidade, emitissem ondas
de bondade e de compaixão, de amor e de misericórdia, certamente o panorama na
Terra seria outro.
Compreendendo-se
a transitoriedade da experiência física, no futuro a psicosfera do planeta será
muito diferente porque as emissões do pensamento alterarão as faixas vibratórias
atuais que contribuirão para a harmonia de todos e para o aproveitamento do
tempo disponível.
O
amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com o Seu rebanho diminuirão a
gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia,
embora a severidade da lei do progresso.
Todos
nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o programa da
transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos empenhar-nos no
trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em luz, de modo que
nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a dificultar a marcha da
evolução.
Certamente,
os espíritos fixados nas paixões degradantes sintonizarão com ondas vibratórias
próprias a mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se
tornarão trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a
essas regiões atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem
proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores
para o desenvolvimento moral do espírito.
Nesse
imenso processo de transformação molecular até a conquista da angelitude, há
vários meios propiciatórios para o crescimento intelecto-moral, sem as graves
injunções desagradáveis. Todos esses meios, entretanto, têm como base o amor e o
trabalho.
Assim,
a divulgação do Espiritismo é de fundamental importância por demonstrar a todos
a imortalidade, a justiça divina, a mediunidade, os mecanismos de valorização da
experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial.
Desse modo, convidemos a todos o aprendizado pelo amor, à reflexão e ao labor da
caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação
inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.
Louvar
e agradecer ao Senhor do Universo pela glória da vida que nos é concedida e
suplicar-Lhe auxílio para sermos fiéis aos postulados do pensamento de Jesus,
nosso Mestre e Guia, constituem deveres nossos em todos os momentos.
Entretanto,
todos os trabalhadores do bem devem atentar para o fato de que experimentarão o
aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm
sido preservados pela invigilância dos que nada contribuem.
Todos
serão chamados ao sacrifício, de alguma forma, a fim de demonstrarem a
excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um lado, as injunções
pessoais que exigem reparação e, por outro, a fidelidade que pede confirmação
pelo exemplo.
Que
se não estranhem as dificuldades que se apresentam inesperadamente, causando,
não poucas vezes, surpresa e angústia. Por isso, o refúgio da ração apresenta-se
o lugar seguro para reabastecer as forças e seguir com alegria.
As
entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias dos
encarnados distraídos e insensatos, voltam-se contra os emissários de Jesus onde
se encontrem, gerando conflitos em sua volta e agredindo-os com ferocidade. O
trabalhador do Mestre, por sua vez, deve voltar-se para a alegria do serviço,
agradecendo aos Céus a oportunidade autoiluminativa, sem que nisso ocorra
qualquer expressão de masoquismo. Aliás, constitui-nos uma honra qualquer
sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que
o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos
recursos que se possuam sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que
segue à frente.”
Dr.
Bezerra de Menezes (espírito) em Amanhecer de uma nova era, de Manoel Philomeno
de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco.