levantado
pelo próprio codifi cador da Doutrina
Espírita,
Allan Kardec, sempre interessou e intrigou
Geraldo
Lemos Neto, fundador da Casa de Chico
Xavier,
de Pedro Leopoldo (MG).
Com
19 anos de idade, já tendo lido e estudado
toda
a obra de Kardec, conheceu o médium Chico
Xavier,
amigo da família desde os tempos de sua
meninice
em Pedro Leopoldo. “Naquela época,
como
já havia ouvido inúmeros casos relativos a
sua
mediunidade e caridade para com o próximo,
tinha
muita vontade de conhecê-lo e ouvi-lo pessoalmente,
o
que de fato ocorreu em outubro de
1981,
em São Paulo”, lembra Lemos Neto. A partir
daquele
primeiro encontro, uma grande afi nidade
os
ligou, conforme conta, o que fez com que o também
fundador
da Editora Vinha de Luz o visitasse
regularmente
em Uberaba (MG), acompanhado
de
familiares.
Em
1984 Lemos Neto casou-se com Eliana,
irmã
de Vivaldo da Cunha Borges, que morava
com
Chico Xavier desde 1968 e diagramava todos
os
seus livros. A partir de então, passou a desfrutar
de
uma intimidade maior com Chico em Uberaba,
visitando-o
com mais frequência e hospedando-se
em
sua residência. “Posso dizer que essa época foi
para
meu coração um verdadeiro tesouro dos céus.
Recordo-me
até hoje daqueles anos de convivência
amorosa
e instrutiva na companhia do sábio médium
e
amigo com profunda gratidão a Deus, que
me
permitiu semelhante concessão por acréscimo
de
Sua Misericórdia Infi nita. Assim, tive a felicidade
de
conviver na intimidade com Chico Xavier,
dialogando
com ele vezes sem conta, madrugada a
dentro,
sobre variados assuntos de nossos interesses
comuns,
notadamente sobre esclarecimentos
palpitantes
acerca da Doutrina dos Espíritos e do
Evangelho
de Jesus”, recorda.
Um
desses temas, como lembra Lemos Neto, foi
em
relação ao Apocalipse, do Novo Testamento.
“Sempre
me assombrei com o tema, relatando a
Chico
Xavier minha difi culdade de entender o livro
sagrado
escrito pela mediunidade de João Evangelista.
Desde
então, em nossos colóquios, Chico Xavier
tinha
sempre uma ou outra palavra esclarecedora
sobre
o assunto, pontuando esse ou aquele versículo
e
fazendo-me compreender, aos poucos, o momento
de
transição pelo qual passa o nosso orbe planetário,
a
caminho da regeneração”, afi rma. Foi em uma
dessas
conversas habituais, lembrando o livro de
sua
psicografi a, Brasil, Coração do Mundo, Pátria
do
Evangelho, escrito pelo espírito Humberto de
Campos,
que Lemos Neto externou ao médium
sua
dúvida quanto ao título do livro, uma vez que
ainda
naquela ocasião, em meados da década de
80,
o Brasil vivia às voltas com a hiperinfl ação, a
miséria,
a fome, as grandes disparidades sociais, o
descontrole
político e econômico, sem falar nos
escândalos
de corrupção e no atraso cultural.
“Lembro-me,
como hoje, a expressão surpresa
do
Chico me respondendo: ‘Ora, Geraldinho, você
está
querendo privilégios para a Pátria do Evangelho,
quando
o fundador do Evangelho, que é Nosso
Senhor
Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de
doentes
e necessitados de toda ordem, experimentou
toda
a sorte de vicissitudes e perseguições para
ser
supliciado quase abandonado pelos seus amigos
mais
próximos e morrer crucificado entre dois
ladrões?
Não nos esqueçamos de que o fundador
do
Evangelho atravessou toda sorte de provações,
padeceu
o martírio da cruz, mas depois ele largou
a
cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve
servir
de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um
dia
haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso
próprio
sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro
a
imortalidade gloriosa!’”, esclareceu.
Sobre
essas e outras revelações feitas a ele por
Chico
Xavier sobre fatos relacionados ao ano em
que
se dará a grande transformação do nosso planeta,
Lemos
Neto fala mais abaixo:
Folha
Espírita – No livro A Caminho da Luz,
nosso
benfeitor Emmanuel já havia previsto que
no
século XX haveria mais uma reunião dos Espíritos
Puros
e Eleitos do Senhor, a fi m de decidirem
NÃO
SERÁ 2012
Ano-limite
do mundo velho
M
A R L E N E N O B R E
quanto
aos destinos da Terra. A reunião aconteceu
e
a ela compareceram Chico e Emmanuel – os
missionários
que trabalham abnegadamente, por
séculos
a fi o, em favor da renovação humana.
Quais
os resultados dessa reunião?
Geraldo
Lemos Neto – Na sequência da nossa
conversa,
perguntei ao Chico o que ele queria
exatamente
dizer a respeito do sacrifício do Brasil.
Estaria
ele a prever o futuro de nossa nação e do
mundo?
Chico pensou um pouco, como se estivesse
vislumbrando
cenas distantes e, depois de algum
tempo,
retornou para dizer-nos: “Você se lembra,
Geraldinho,
do livro de Emmanuel A Caminho da
Luz?
Nas páginas fi nais da narrativa de nosso benfeitor,
no
capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo
e
as Grandes Transições? Nele, Emmanuel afi rmara
que
os espíritos abnegados e esclarecidos falavam
de
uma nova reunião da comunidade das potências
angélicas
do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos
membros
divinos, e que a sociedade celeste se reuniria
pela
terceira vez na atmosfera terrestre, desde
que
o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a
nossa
humanidade, para, enfi m, decidir novamente
sobre
os destinos do nosso mundo.
Pois
então, Emmanuel escreveu isso nos idos de
1938
e estou informado que essa reunião de fato já
ocorreu.
Ela se deu quando o homem fi nalmente
ingressou
na comunidade planetária, deixando o
solo
do mundo terrestre para pisar pela primeira
vez
o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço,
conquistou
o direito e a possibilidade de viajar até
a
Lua, fato que se materializou em 20 de julho de
1969.
Naquela ocasião, o Governador Espiritual da
Terra,
que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o
apelo
de outros seres angelicais de nosso Sistema
Solar,
convocara uma reunião destinada a deliberar
sobre
o futuro de nosso planeta. O que posso lhe
dizer,
Geraldinho, é que depois de muitos diálogos
e
debates entre eles foram dadas diversas sugestões
e,
ao fi nal do celeste conclave, a bondade de Jesus
decidiu
conceder uma última chance à comunidade
terráquea,
uma última moratória para a atual civilização
no
planeta Terra. Todas as injunções cármicas
previstas
para acontecerem ao fi nal do século XX
foram
então suspensas, pela Misericórdia dos Céus,
para
que o nosso mundo tivesse uma última chance
de
progresso moral.
O
curioso é que nós vamos reconhecer nos
Evangelhos
e no Apocalipse exatamente este
período
atual, em que estamos vivendo, como a
undécima
hora ou a hora derradeira, ou mesmo a
chamada
última hora.”
FE
– Como você reagiu diante da descrição do
que
acontecera nessa reunião nas Altas Esferas?
Geraldinho
– Extremamente curioso com o
desenrolar
do relato de Chico Xavier, perguntei-lhe
sobre
qual fora então as deliberações de Jesus, e ele
me
respondeu: “Nosso Senhor deliberou conceder
uma
moratória de 50 anos à sociedade terrena, a
iniciar-se
em 20 de julho de 1969, e, portanto, a
fi
ndar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então,
que
seus emissários celestes se empenhassem mais
diretamente
na manutenção da paz entre os povos
e
as nações terrestres, com a fi nalidade de colaborar
para
que nós ingressássemos mais rapidamente na
comunidade
planetária do Sistema Solar, como um
mundo
mais regenerado, ao fi nal desse período.
Algumas
potências angélicas de outros orbes de
nosso
Sistema Solar recearam a dilação do prazo
extra,
e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu
estabelecer
uma condição para os homens
e
as nações da vanguarda terrestre. Segundo a
imposição
do Cristo, as nações mais desenvolvidas
e
responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem
umas
às outras, respeitando as diferenças
entre
si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra
de
extermínio nuclear. A face da Terra deveria
evitar
a todo custo a chamada III Guerra Mundial.
Segundo
a deliberação do Cristo, se e somente
se
as nações terrenas, durante este período de 50
anos,
aprendessem a arte do bom convívio e da
fraternidade,
evitando uma guerra de destruição
nuclear,
o mundo terrestre estaria enfi m admitido
na
comunidade planetária do Sistema Solar como
um
mundo em regeneração. Nenhum de nós pode
prever,
Geraldinho, os avanços que se darão a partir
dessa
data de julho de 2019, se apenas soubermos
defender
a paz entre nossas nações mais desenvolvidas
e
cultas!”
FE
– Quais são os acontecimentos que podemos
prever
com essas revelações para a Terra?
Geraldinho
– Perguntei, então, ao Chico a que
avanços
ele se referia e ele me respondeu: “Nós
alcançaremos
a solução para todos os problemas
de
ordem social, como a solução para a pobreza e
a
fome que estarão extintas; teremos a descoberta
da
cura de todas as doenças do corpo físico pela
manipulação
genética nos avanços da Medicina; o
homem
terrestre terá amplo e total acesso à informação
e
à cultura, que se fará mais generalizada;
também
os nossos irmãos de outros planetas mais
evoluídos
terão a permissão expressa de Jesus para
se
nos apresentarem abertamente, colaborando
conosco
e oferecendo-nos tecnologias novas, até
então
inimagináveis ao nosso atual estágio de
desenvolvimento
científi co; haveremos de fabricar
aparelhos
que nos facilitarão o contato com as esferas
desencarnadas,
possibilitando a nossa saudosa
conversa
com os entes queridos que já partiram
para
o além-túmulo; enfi m estaríamos diante de
um
mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa
fase
de espiritualização e beleza para os destinos de
nosso
planeta.”
Foi
então que, fazendo as vezes de advogado do
diabo,
perguntei a ele: Chico, até agora você tem
me
falado apenas da melhor hipótese, que é esta
em
que a humanidade terrestre permaneceria em
paz
até o fi m daquele período de 50 anos. Mas, e se
acontecer
o caso das nações terrestres se lançarem
a
uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a
humanidade
encarnada decida seguir o infeliz caminho
da
III Guerra mundial, uma guerra nuclear
de
consequências imprevisíveis e desastrosas, aí
então
a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida
Maior,
reagirá com violência imprevista pelos nossos
homens
de ciência. O homem começaria a III
Guerra,
mas quem iria terminá-la seriam as forças
telúricas
da natureza, da própria Terra cansada dos
desmandos
humanos, e seríamos defrontados então
com
terremotos gigantescos; maremotos e ondas
(tsunamis)
consequentes; veríamos a explosão de
vulcões
há muito extintos; enfrentaríamos degelos
arrasadores
que avassalariam os polos do globo com
trágicos
resultados para as zonas costeiras, devido
à
elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas
associadas
às irradiações nucleares nefastas
acabariam
por tornar totalmente inabitável todo o
Hemisfério
Norte de nosso globo terrestre.”