TUAS DORES
Vem,
acolho-te no meu colo.
Sinto
tuas dores.
Como
sofres...
Lavo-te
nas gotas de chuva.
Coloco-te
sentado (a) para vermos juntos o por do sol, refletido nas ondas do
mar.
Vê
cada onda, como balança, e cada brilho dourado que desprende?
Deixa-te
passar pelas ondas, uma por uma...
Que
dor resistirá a este doce ondular que passa pela alma, a colorir-te?
Vê
agora o brilho prateado da lua.
Senti
tal luz atravessando-te.
Que
dor poderá ficar presa, se o prateado da lua acaba de te curar?
Tua
sensibilidade parece, agora, mais realçada.
É hora
de entender.
As
dores que sentes não te fazem vítima, mas algoz de ti mesmo.
Se te
concentrasses nos brilhos do sol sobre as ondas do mar, ou nas gotas prateadas
da lua que brilha sobre teus cabelos, as dores jamais encontrariam espaço dentro
de ti.
Dor
representa não aceitação. Dor representa não conformidade, desvio,
revolta.
Dor
representa energia de baixa vibração.
Dor
está vinculada a comportamentos equivocados, distantes do Evangelho.
Ela
vem e fica, enquanto estiveres a emitir sentimentos dolorosos, ou quando
aprecias a guardar tais sentimentos no peito.
Liberta-te!
Deixa
que a lua te ilumine, que os raios do sol te aqueçam, que o gotejar da chuva te
lave, que o perfume das flores te envolva. Escuta o borbulhar do regato, observa
as nuvens a passar nos céus, o orvalho sobre as pétalas e brotos das
flores...
Abandona
tuas dúvidas e sente a felicidade que se desprenderá de teu coração.
Coleciona
sorrisos.
Guarda
carinho.
Abraça.
Não
fujas de tua missão. A fuga provoca imensas dores. Não há de acomodartes, como
desejas, mas há de enfrentares as dificuldades, criadas há séculos ou milênios,
agora compensadas de forma mais leve e com menos sofrimento, pois a compensação
dos erros de outrora nunca é feita na “mesma moeda”, mas de forma mais sutil,
pois mesmo assim se dá o aprendizado.
Não te
acomodes. Não busques o conforto, a comodidade e a inutilidade. Não percas
tempo, desperdiçado com a inatividade. Há de se compensar a colheita dos frutos
amargos com o plantio dos frutos doces e das flores perfumadas.
Já
espalhastes dor por muito tempo. É hora de espalhardes amor e
acalento.
E isso
não se obtém com preguiça, comodidade, ausência, omissão.
Se
obtém com encanto e entusiasmo, energia bem direcionada, alegria,
criatividade.
Então...
cura-te.
Não é
preciso qualquer diagnóstico por imagens, para perceber qual é o motivo do
sofrimento humano. É a perda da noção de sua missão, dos motivos que o levaram a
reencarnar.
Há
muito para compensar. Os mentores já enviam cada um para a Terra com apenas uma
parte a ser compensada, justamente dentro de um planejamento para várias vidas,
num lento processo evolutivo, já sabendo das limitações que tipificam o ser
humano.
Eu,
porém, te digo: podes
muito mais.
Podes
cumprir duas missões em uma só vida,
alcançando mais felicidade, mais paz e mais amor interior numa só
experiência.
Pergunto-te:
para que deixar para a próxima vez se já tens consciência de que
agora
há como agir e há meios para fazê-lo?
Repito:
não te acomodes. Aqueles que se contentam com o pouco que fazem, chegam deste
lado admirados em perceber o quanto fracassaram, por permitirem valiosas
oportunidades escoarem por entre os dedos.
Jesus,
que envia-te
todos os dias o convite para o verdadeiro banquete das
alegrias,
espera, paciente, que percebas
o quanto ainda precisas avançar.
Agora,
deito-te no leito dos sonhos, para que o sono te cure as mágoas, limpando-te a
alma de todo o sofrimento. No sono, aguardo que teu campo mental absorva mais
uma vez os conselhos que te envio e que meus colegas também o fazem, para que
despertes mais disposto a ajudar, do que pedir ajuda, a amparar do que a rogar
amparo, a distribuir amor, do que a solicitar ser amado.
Não
guarda mais rancor, pois ele realimenta as dores do passado, trazendo-as para
ti, hoje.
E a
cura não pode acontecer sob tal amargura.
Ama, como
te
amo.
Perdoa e
segue, mais
leve,
mais
alegre,
mais
amoroso
(a).
Não
desiste, pois de ti não desisto. Jesus não desistiu e nunca desistirá de
ti.
Ele te
chama todos os dias, mas quais são, de
fato, os
dias em que tu
escutas os apelos divinos do Mestre?
Silencia
e reflete nestas palavras.
Elas
são direcionadas para ti, uma vez que ainda não conseguiste entender os nossos
apelos, transformando-os em prática diária, saudável e curadora.
Chang
O
crente escuta o apelo do Mestre, anotando abençoadas consolações. O doutrinador
repete-o para comunicar vibrações de conforto espiritual aos ouvintes. Todos
ouvem as palavras do Cristo, as quais insistem para que a mente inquieta e o
coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante...
Contudo,
se é fácil ouvir e repetir o "vinde a mim" do Senhor, quão difícil é ir para
Ele! Todos os crentes registram-lhe o apelo consolador, mas raros se revelam
suficientemente valorosos na fé para lhe buscarem a companhia. Em suma, é muito
doce escutar o vinde a mim...
Entretanto,
para falar com verdade, já consegues ir?
Livro:
Fonte Viva; Autor: Chico Xavier
Espírito:
Emmanuel