CHICO XAVIER, A REVELAÇÃO DA REVELAÇÃO
Se, em Espiritismo, há uma “revelação da Revelação”, esta, sem dúvida, é a
Obra Mediúnica de Chico Xavier, o legítimo continuador de Allan
Kardec!
Nos mais de 400 livros de sua lavra, o Pentateuco se
desdobra e se complementa em seu tríplice aspecto: científico, filosófico e
religioso. Notadamente com Emmanuel e André Luiz, a Doutrina alarga os seus
horizontes e o Mundo Espiritual mais se aproxima da Terra.
Depois da
Codificação, a Obra Mediúnica de Chico Xavier é o maior fenômeno doutrinário de
todos os tempos. André Luiz, por sua vez igualmente medianeiro de uma plêiade de
Espíritos Superiores, que lhe supervisiona o trabalho, em nome do Cristo,
suspende o espesso véu que encobre os mistérios da morte e nos deixa entrever as
realidades da Vida
Imperecível! “Nosso Lar”, que se transforma em “best-seller”,
abre caminhos para mais 12 obras, que passam a constituir preciosa coleção – um
acervo espiritual sem precedentes nas abordagens até hoje efetuadas sobre a Vida
no Mundo Espiritual.
Por este motivo, temos defendido, à exaustão, o
estudo das obras mediúnicas de André Luiz nas casas espíritas – nas reuniões
públicas, junto aos seus freqüentadores regulares, para que os adeptos da
Doutrina não permaneçam na superfície do conhecimento.
No livro “Os
Mensageiros”, o 2º da série, psicografado em 1944, nos deparamos com preciosas
revelações, que, infelizmente, ainda hoje permanecem inéditas para a maioria dos
que dizem conhecer o Espiritismo a fundo. Na Doutrina há quase 40 anos, tendo
naturalmente ouvido palestras de n oradores e compulsando centenas e centenas de
jornais e revistas espíritas, nunca me deparei com uma única referência sobre o
assunto central deste despretensioso artigo.
Trata-se do que André
Luiz nos revela, no capítulo 20, intitulado “Defesas Contra o Mal”, do referido
livro, para o qual, com certeza, você também que nos lê neste instante ainda não
atinou.
Permita-me transcrever dele um pequeno
trecho.
“- Mas... e as armas? – perguntei – acaso são
utilizadas?
- Como não? – disse Alfredo, pressuroso – não temos
balas de aço, mas temos projetis elétricos. Naturalmente, a ninguém atacaremos.
Nossa tarefa é de socorro e não de extermínio.
- No entanto – aduzi,
sob forte impressão -, qual o efeito desses projetis?
- Assustam
terrivelmente – respondeu ele sorrindo – e, sobretudo, demonstram as
possibilidades de uma defesa que ultrapassa a ofensiva.
- Mas apenas
assustam? – tornei a interrogar.
Alfredo sorriu mais
significativamente e acrescentou:
- Poderiam causar a impressão de
morte.
- Que diz! – exclamei com insofreável espanto.
O
Administrador meditou alguns instantes, e, ponderando, talvez a gravidade dos
esclarecimentos, obtemperou:
- Meu amigo! meu amigo! se já não estamos na carne, busquemos
desencarnar também os nossos pensamentos (grifamos). As criaturas que se agarram,
aqui, às impressões físicas, estão sempre criando densidade para os seus
veículos de manifestação, da mesma forma que os Espíritos dedicados à região
superior estão sempre purificando e elevando esses mesmos veículos. Nossos
projetis, portanto, expulsam os inimigos do bem através de vibrações do
medo,mas poderiam causar a ilusão da morte (grifamos), atuando sobre o corpo denso dos
nossos semelhantes menos adiantados no caminho da vida.
A morte física, na
Terra, não é igualmente pura impressão? Ninguém desaparece. O fenômeno é apenas
de invisibilidade ou, por vezes, de ausência. Quanto à responsabilidade dos que
matam, isto é outra coisa. E além desta observação, que é da alçada da Justiça
Divina, temos a considerar, igualmente, que, nesta esfera, o corpo denso
modificado pode ressurgir todos os dias, pela matéria mental destinada à
produção dele, enquanto que, para obter o corpo físico, almas há que trabalham,
por vezes, durante séculos...”
Temos aí excelente material de
reflexão para muito tempo, não? Vejamos quanto as nossas concepções acerca do
Mundo Espiritual necessitam se ampliar, a fim de que, na condição de espíritas,
não permaneçamos sob o efeito secular de sugestões enraizadas na mente –
sugestões que criaram uma cultura religiosa distorcida, contra a qual o
Espiritismo vem lutando em nós mesmos!
Essa tendência ao comodismo é
da criatura humana, dando origem à resistência, consciente ou inconsciente, com
que nos opomos às novas informações.
Em muitos adeptos da Doutrina,
“Nosso Lar”, por exemplo, é uma espécie de Céu, onde esperam desfrutar de uma
vida sem tantas dificuldades e desafios. Ledo engano! A vida prossegue “ipsis
litteris”, ou seja, sem qualquer modificação substancial, simplesmente pelo fato
de termos desencarnado. Como nos diz o Dr. Inácio Ferreira, estar ou não
encarnado, significa apenas e tão-somente um pouco mais ou um pouco menos de
matéria!...
Convenhamos em que, à época da Codificação, os Espíritos
disseram muito, mas não disseram tudo. Que isto, porém, não nos sirva de
pretexto, a médiuns e espíritos, para avançarmos além do bom-senso. Que a Fé
Raciocinada continue sendo o melhor aferidor de todas as revelações que nos
chegam via mediunidade.
Por outro lado, não podemos negar, a priori,
o que não conseguimos assimilar de imediato. A obra “Os Mensageiros” está
conosco há 64 anos, ainda aos mais eruditos dentre nós causando certo impacto
intelectual.
A maior necessidade do espírita, portanto, é a de
estudar, para que, como nos disse Jesus, o conhecimento da Verdade, por fim, nos
liberte!
O Espiritismo não pode continuar sendo a doutrina do
“achismo”... O avanço científico contemporâneo está a nos exigir uma mentalidade
um pouco mais aberta e receptiva.
Concluindo os nossos apontamentos,
fico eu a imaginar quanto os espíritos nos poderiam ter dito a mais, através de
Chico Xavier – a mais fiel e versátil antena mediúnica da história da Humanidade
-, tendo, no entanto, silenciado, justamente porque não encontraram a terra mais
bem preparada para a semeadura...
Sem, portanto, menosprezar o
esforço mediúnico de tantos outros seareiros, nos lancemos ao estudo sistemático
da Obra Mediúnica de Chico Xavier, que emerge da Codificação com a mesma
naturalidade com que o Espiritismo desponta das páginas do Evangelho do
Cristo.
Artigo extraído do "JORNAL DA MEDIUNIDADE" - Uberaba (MG
Carlos A. Baccelli
18 – Perecíveis são os corpos,
esses templos do espírito – eterna,
indestrutível, infinita é a alma que
neles habita. Por isto, ó Arjuna, luta!
19 – Quem pensa que é a alma, o Eu,
que mata, ou o Eu que morre,
não
conhece a Verdade. O Eu não pode matar nem morrer.
(De “Bhagavad Gita”