SER E TER
No mundo moderno, o homem busca
desenfreadamente a felicidade onde ela não está: fora de si, nos bens materiais,
nos gozos externos, a manifestar-se sob a forma de vários matizes que, após
serem fruídos, levam à frustração.
No mundo moderno, o homem perdeu o Norte de Deus, da sua
espiritualidade, e, julgando-se matéria que um dia ficará inerte, dá vazão ao
seu egoísmo, procurando cada vez mais ter coisas, pouco se preocupando em ser
pessoa de bem.
No mundo moderno, após todas as frustrações sentidas, o homem
revolta-se sem saber bem do que e por que, amalgamando-se em turbas descontentes
que originam turbulentas transformações sociais, como as que temos visto
nomeadamente nos países árabes. Tal situação é transversal a todo o planeta,
onde o homem, imerso no seu egoísmo, ainda não conseguiu descortinar a sua
componente espiritual, eterna, que o faria mudar de paradigma, de atitude, em
face ao devir.
“Fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fizessem” é a chave da
felicidade, que o homem teima em não querer usar
A Doutrina espírita (ou Espiritismo) explica-nos que somos seres
imortais, temporariamente num corpo de carne; que existe uma força superior que
tudo governa (a quem convencionamos apelidar de Deus); que é possível comunicar,
dentro de certas condições, com aqueles que se encontram no mundo espiritual,
por intermédio de pessoas que tenham características especiais para tal (os
médiuns); que a reencarnação é uma realidade evolutiva sem a qual não haveria
justiça divina, pois que não haveria tratamento igual de Deus perante os seres
que criou; que existem múltiplos mundos habitados por seres inteligentes, embora
com corpos diferenciados, de acordo com a natureza dos mundos em pauta.
A felicidade só será possível quando largarmos o casulo do egoísmo
e nos abrirmos à sociedade, interagindo com ela de um modo fraterno, holístico,
humanista, dentro da assertiva espírita "Fora da caridade não há salvação",
querendo com isso realçar que a caridade, nas suas múltiplas facetas, é o
caminho mais seguro e rápido para a espiritualidade superior do
homem.
Compete ao ser humano, perante esse desiderato inevitável,
escolher, pelo uso do livre-arbítrio, ser feliz mais rápida ou mais lentamente,
conforme o seu esforço pessoal.
Quanto à felicidade, ela se encontra mesmo ao nosso lado, basta
querer vê-la, mudando de atitude mental perante o quotidiano que se nos depara,
realçando sempre as situações pelo lado otimista, útil, procurando fazer ao
próximo o que gostaríamos que eles nos fizessem, conforme aconselhava sabiamente
Jesus de Nazaré.
Bibliografia:
Kardec, Allan - O
Livro dos Espíritos.
JOSÉ LUCAS