De Humberto de Campos Psicografia de Francisco Cândido
Xavier.
Cap- I
Na idade medieval, período que vai de
476 a 1453 confundiram-se as lições do Evangelho, ensangüentando-se todas as
bandeiras do mundo Cristão. Nessa época , o Senhor Jesus, fez uma de suas
visitas periódicas à Terra. Transpôs o Cordeiro de Deus as imensas distâncias,
clarificando os caminhos cheios de trevas, de lama da impenitência e do orgulho
das criaturas humanas e repletos dos espinhos da ingratidão e do egoísmo.
"-Helil- disse a voz suave e meiga do
Mestre a um de seus mensageiros, encarregado dos problemas sociológicos da
Terra.
Meu coração se enche de
profunda amargura, vendo a incompreensão dos homens, no que se refere as lições
do meu Evangelho.
Por toda a parte
é a luta fratricida, como polvo de infinitos tentáculos, a destruir todas as
esperanças. Infelizmente, não vejo senão o caminho do sofrimento para modificar
tão desoladora situação.
Helil-
visitemos os continentes onde espíritos jovens e simples, aguardam a semente de
uma vida nova. "índios Nestas Terras para além dos oceanos, poderemos instalar o
pensamento Cristão dentro das doutrinas do amor e da liberdade"
E a caravana fulgurante, deixando um
rastro de luz, encaminhou-se ao Continente Americano.
Na América do Norte o
Senhor abençoou aquelas matas virgens e misteriosas, enquanto as aves lhe
homenageavam a inefável presença, com seus cantares maviosos e as flores se
inclinavam nas árvores, aromatizando-lhe as sendas...
O perfume do mar, do ar , tão fragrante
e serenos. O mar abundava de ostras, caranguejos lagostas e bacalhau. Nas matas,
viviam perus gordos e de peso incrível.
Codornizes, gansos, faisões esquilos e
alces. Frutas ,nozes e bagas silvestres, cresciam por toda a parte. "Nunca o céu
e a Terra se combinaram em parte alguma, numa harmonia mais perfeita, para
proporcionar ao homem um lugar para a sua habitação"---Johm Smth.--Fundador da
Colônia de Virginia 1607.
Cheio de
esperança, emociona-se o coração do Mestre.
"Helil- pergunta ele - onde fica nestas
terras novas, o recanto planetário do qual se enxerga, ao infinito o símbolo. da
redenção humana eu é o Cruzeiro do Sul".
"Esse lugar de doces encantos,
Mestre, de onde se vêem, no mundo, as homenagens dos céus aos vossos martírios
na Terra, fica mais para o Sul".
E, quando no meio da paisagem, contemplaram
as almas santificadas dos orbes felizes, na presença do Cordeiro,as maravilhas
daquelas terras novas, que seriam mais tarde o Brasil, desenhou-se no
firmamento, formado de estrelas rutilantes, no jardim das constelações de Deus,
o mais imponente de todos os símbolos, O Cruzeiro do Sul.
Para esta Terra
maravilhosa e bem-dita, será transplantada a arvore do meu Evangelho de piedade
e de amor. No seu solo dadivoso e fértil todos os povos da terra, aprenderão a
lei da fraternidade Universal.
Tu
Helil, te corporificaras na Terra, no seio do povo mais pobre e trabalhador do
Ocidente.
Instituirás um roteiro de coragem para que sejam transpostas as
imensidades desses oceanos perigosos e solitários que separam o velho do novo
mundo. Instalaremos aqui, uma tenda de trabalho, para a nação mais humilde da
Europa.
Aproveitemos o elemento simples de bondade e coração fraternal (
Índios) Mais tarde ordenarei a reencarnação de muitos espíritos já purificados
no sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças oprimidas e sofredoras
das regiões Africanas, para formar-mos o pedestal de solidariedade do povo
fraterno que aqui florescerá no futuro. Daí a alguns anos, o seu mensageiro se
estabeleceria na Terra em 1394, como filho de D. João I e de D. Felipa de
Lancastre, e foi o heróico Infânte de Sagres, que operou a renovação das
energias portuguesas, para além dos mares.
O elemento indígena, juntamente com as
almas bem- aventuradas pela renuncia se corporificaram nas costas da África
junto a outros espíritos em provas (degredados) formaram a falange abnegada que
veio escrever na Terra de Santa Cruz com seus sofrimentos um dos mais belos
poemas em favor da humanidade.
E
hoje o Brasil com seu contorno em forma de um coração, abriga e confraterniza a
todos os povos da Terra. 8 milhões e meio de km2 e 8000 km de costa.
Cap. II - "A pátria do
Evangelho"
D. Henrrique de Sagres,
desencarnou em 1460.Estava realizado o seu grande destino. O heróico navegador,
realizara no mundo inteiro, um sentimento de amor ao desconhecido.
Nota- O infante, deixava transparecer, a
certeza da existência das Terras Maravilhosas, cuja beleza haviam contemplado os
seus olhos espirituais no passado longínquo. A prova é que os mapas mencionavam
uma região fronteira à África. Para os navegadores portugueses, portanto a
existência da grande ilha Austral, já não era assunto ignorado.
Novamente no além, o antigo mensageiro
do Mestre não descansou, chamando a colaborar com ele, numerosas falanges
devotadas a causa do Evangelho. Elevava-se ao poder D. João II, cujo reinado se
caracterizou pela previdência e pela energia realizadora.
O Príncipe Perfeito, como foi chamado,
torna-se instrumento dócil do mensageiro abnegado.
A mesma sede de além mar, lhe devora o
pensamento.
Expedições diversas se
organizam. Mas o espírito em todos os planos e circunstâncias da vida, tem de
sustentar as mais árduas lutas pela sua purificação suprema.
Entidades atrasadas, se unem contra as
realizações do príncipe ilustre surgindo complicações entre a sua direção
justiceira e a nobreza da época. D. João II morre envenenado em Alvor no ano de
1495.
Todavia os planos da Escola
de Sagres estavam consolidados.
D. Manuel o Venturoso
Com a ascensão de D. Manoel I ao poder,
continuou a laboriosa preparação.
Em 1498, Vasco da Gama, descobre o
caminho marítimo das Índias Todos os navegadores, saem de Lisboa com instruções
secretas quanto a Terra desconhecida, que se localizava defronte a África.
No dia 7 de março de 1500, foi preparada
a grande expedição de Cabral ao novo roteiro das Índias. No oceano largo, o
capitão- mor considera a possibilidade de levar a sua bandeira à Terra
desconhecida do hemisfério do Sul.
Henrique de Sagres aproveita esta
maravilhosa possibilidade de todos os ascendentes mediúnicos.
Então as noites
de Cabral, são povoadas de sonhos sobrenaturais e insensivelmente, as caravelas
inquietas cedem ao impulso de uma orientação imperceptíve.
l Os caminhos das
Índias são abandonados, mas a assistência do mensageiro espiritual invisível ( H
de Sagres) que de fato era ali o divino expedicionário, derrama um clamor de
esperança em todos os ânimos.
As
primeiras mensagens da Terra próxima revelam-se nas ondas, qual colcha
caprichosa flores e folhas.
Avistam-se os píncaros do Cruzeiro e em
breves horas, Cabral e sua gente se reconfortam na praia extensa e
acolhedora.
Os naturais os recebem
como a irmãos muito amados.
Reza a
carta de Caminha (crônica ) que Diogo Dias, dançou com eles nas areia de Porto
Seguro, celebrando o primeiro banquete de fraternidade na Terra de Vera Cruz No
céu celebra-se o acontecimento com grande júbilo.
Assembléias Espirituais, sob as vistas
amorosas do Senhor, abençoam as praias extensas e claras e as florestas serradas
e bravias. Henrrique Sagres, mensageiro do Mestre, rejubila-se com as bênçãos
recebidas, mas confia ao Senhor os seus receios. --"Mestre"--diz ele--graças ao
vosso coração misericordioso, a Terra do Evangelho, florescera para o Mundo
inteiro.
Dai-nos a vossa benção
para que possamos velar pela sua tranqüilidade, no seio da pirataria de todos os
séculos.
Temo Senhor que as nações
ambiciosas, matem as nossa esperanças, destruindo os seus tesouros. Jesus, porem
confiante na proteção de Deus diz:--Helil, afasta essas preocupações e receios
inúteis.
A região do Cruzeiro,
estará antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração.
As questões políticas terão nela
atividades secundárias, porque acima de todas as coisas, e em seu solo
santificado, estará o sinal da fraternidade universal.
As potências imperialistas esbarrarão
sempre nas suas claridades Divinas.
Antes de estar ao dos homens, é ao meu
coração que ela se encontra ligada para sempre. E foi assim que o minúsculo
Portugal, através de três longos séculos, embora preocupado com as fabulosas
riquezas das Índias, pode conservar contra flamengos e ingleses, franceses
espanhóis a unidade territorial de uma pátria com 8 milhões e meio de
quilômetros quadrados e com 8 mil quilômetros de costa marítima.
Nunca houve exemplo como esse em toda
estória do mundo. As possessões espanholas se fragmentaram, formando cerca de
vinte republicas diversas.
Os
Estados Unidos da América do Norte, devem sua posição territorial ás anexações e
a lutas de conquistas. A Luisiana, o Novo México o Alasca a Califórnia, o
Oregon, o Texas ... Surgiram depois da emancipação das colônias Inglesas.
Só o Brasil, conseguiu manter-se uno e
indivisível na América. Entre os embates políticos de todos os tempos. È que a
mão do Senhor se alça sobre a sua longa extenção. O coração geográfico do orbe,
não se podia fracionar.
Cap-III
"Os Degredados"
Todos os espíritos edificados nas lições sublimes do Senhor
se reuniram, logo após o descobrimento da Terra nova, celebrando o acontecimento
nos espaços infinitos. Uma alegria do paraíso, reinava em todas as almas.
A figura do Cordeiro se fez presente e
dirigindo-se a um dos seus elevados mensageiros, disse com doçura:--Ismael manda
o meu coração que doravante, sejas o zelador dos patrimônios imortais que
constituem a Terra do Cruzeiro.
Recebe-a nos teus braços de trabalhador
devotado da minha seara como a recebi no meu coração, obedecendo a sagrada
inspiração de Nosso Pai...
Reúne as
falanges do infinito,que cooperam nos ideais sacrossantos de minha doutrina, e
inicia desde já a construção da pátria do meu ensinamento.Para ai transplantei a
arvore de minha misericórdia e espero que a cultives com a tua abnegação e com o
teu sublimado heroísmo. Ela será a doce paisagem dilatada do Tiberiades.
E o lema imortal: Deus, Cristo e
Caridade, fica escrito em todos os corações. Nessa hora a frota de Cabral foge
das águas verdes da baia de Porto Seguro.
Entretanto na praia, choram os dois
degredados dos vinte parias sociais que o rei D. Manuel I destinara ao exílio Os
silvícolas amáveis e fraternos lhes abrem os braços.
Afonso Ribeiro, um dos condenados,avança
numa piroga, sem que os olhos da história lhe anotassem o gesto de profunda
desesperação e exclama do intimo do seu coração "Jesus, tende piedade de minha
infinita amargura.
Sou inocente
Senhor e padeço a tirania da injustiça dos homens, mas sentiu uma esperança nova
encontrando nos índios uma família nova.
Ismael havia realizado o seu primeiro
feito, trazendo um náufrago para a base da sociedade fraterna do porvir.
Primeiramente, surgiram os Índios, que
eram os simples de coração, em seguida, os sedentos de justiça Divina. Mais
tarde viriam os Escravos como a Expressão dos Humildes e dos Aflitos para a
formação da alma coletiva de um povo.
Bem Aventurado por sua mansidão e
fraternidade. Naqueles dias longínquos de 1500, já se ouviam no Brasil os ecos
carinhosos do Sermão da Montanha.
Cap IV "Os
Missionários"
Governava Portugal D. Manoel I que tinha o seu espírito voltado
para os tesouros das Índias, que faziam de Lisboa uma das mais poderosas cidades
marítimas da Europa.
Mas o Nordeste
da Terra de V. Cruz já centralizava as atenções dos comerciantes franceses, que
ai se abasteciam de vastas provisões de paus brasil. A situação, perdurava com a
indiferença do monarca distraído.
No reino comentava-se a questão da nova
colônia abandonada aos exploradores franceses e espanhóis.
Por aqui só
aportavam aventureiros e degredados.
Por essa ocasião Ismael reuniu-se em
assembléia dizendo:- Temos que buscar no seio da Igreja as roupagens exteriores
de nossa ação regeneradora. Temos que aproveitar as possibilidades que o seu
campo nos oferece para encetar essa obra de edificação da Pátria do Cordeiro de
Deus Pregaremos em Portugal,a Verdade e o desprendimento das riquezas e
trabalharemos no Brasil, nas florestas imensas arrebanhando almas para
Jesus.
Muitos espíritos se
ofereceram como voluntários da grande causa. José de Anchieta, Bartolomeu dos
Mártires, Manoel da Nóbrega, Diogo Jácome,Leonardo Nunes e outros.
Em 1531 alguns dos convocados daquela
augusta assembléia, chegavam ao Brasil com Martim Afonso de Sousa e mais
trezentos homens para tomar parte na fundação de S. Vicente e na de
Piratininga.
Nobrega aportava mais
tarde com Tomé de Sousa na Bahia.
Anchieta veio depois com Duarte da Costa
em 1553 e se transformou no Apóstolo do Brasil.
A edificadora humildade de um Fabiano de
Cristo, aliada a um sentimento de renuncia total de si mesmo.
Esses homens de fato abenegados, eram o
"Sal da Terra" Os humildes missionários da Cruz, ouviram a voz de Ismael, no
âmago de suas almas, abandonaram todos os bens materiais, para seguir os rastos
luminosos do Senhor dos Mundos.
Cap.V - "Os Escravos"
Ismael triste
confidenciou a Jesus...
-"Senhor- sinto dificuldades em fazer que prevaleçam
os vossos desígnios nos territórios onde pairam as vossas bênçãos que
santificastes. A Civilização, que ali se inicia acaba de ser contaminada por
lamentáveis acontecimentos.
Os
donatários dos imensos latifúndios, fizeram-se a vela, escravizando os negros
indefesos da Luanda, da Guiné e da Angola.
Infelizmente, os pobres cativos, chegam
a pátria do vosso Evangelho, como se fossem animais bravios e selvagens,sem
coração e sem consciência".
Jesus, cingindo-o ao seu coração, explicou
brandamente.
"Ismael, acalma o teu
mundo íntimo no cumprimento dos sagrados deveres que te foram confiados. Bem
sabes que os homens têm a sua responsabilidade pessoal nos feitos que realizam
em suas existências isoladas e coletivas.Se não podemos tolher-lhes ai a
liberdade, também não podemos esquecer que existe o instituto imortal da justiça
divina, onde cada qual receberá de conformidade com os seus atos.
Havia eu determinado que a Terra do
Cruzeiro se povoasse de raças humildes do planeta, buscando-se a colaboração dos
povos sofredores das regiões africanas, todavia aproximei Portugal daquelas
raças sem violência de qualquer natureza.
A colaboração, deveria verificar-se
sem abalos perniciosos, no capitulo de minhas amorosas determinações. O homem
branco da Europa está prejudicado por uma educação espiritual condenável e
deficiente. Desejando entregar-se ao prazer fictício dos sentidos, procura
eximir-se aos trabalhos pesados da agricultura, alegando o pretexto de climas
impiedosos.
Eles terão a liberdade de humilhar os seus irmãos, em face da
grande Lei Do Arbítrio embora limitado.
Entretanto os que praticarem o nefando
comercio, sofrerão igualmente o mesmo martírio, nos dias do futuro, quando forem
também vendidos e flagelados em identidade de circunstancias. Os homens ainda
não aprenderam que a evolução se processa pela pratica do bem, e que eu ensinei
"Amai o Próximo Como a si mesmo".
Voluntariamente, ignoram que o mal gera
outros males, com um largo cortejo de sofrimentos.
Infelizmente Portugal, que representa um
agrupamento de espíritos trabalhadores, remanescentes dos antigos fenícios, não
sobe receber as facilidades que a misericórdia do Supremo Senhor do Universo lhe
outorgou. Até meus ouvidos tem chegado as súplicas dolorosas das raças
flageladas.
Na velha Península, já
não existe o povo mais nobre e laborioso da Europa. O luxo das conquistas lhes
amoleceu as fibras criadoras. Entretanto é o tempo o grande Mestre de todos os
homens e de todos os Povos, esse não nos é possível cercear o livre arbítrio das
almas, poderemos mudar o curso dos acontecimentos, a fim de que o povo lusitano
aprenda, na dor e na miséria as lições sagradas da experiência e da vida.
E assim os donatários cruéis sofreram os
mais tristes reveses no solo do Brasil. Os tesouros das Índias, levaram o povo
português a decadência e a miséria.
A casa de Avis, sob Cujo reinado se
iniciou o trafico hediondo, desapareceu para sempre, depois de sucessivos
desastres.
Após a derrota de D.
Sebastião o trono Português caiu nas mãos do Cardeal D. Henrrique e, em 1580
Portugal, exânime, entrega-se ao domínio da Espanha, acentuando-se a sua
decadência com Felipe II ( Rei da Espanha) o mais fanático e cruel de todos os
principies da Europa no século XVI...
Jesus, alterou os acontecimentos com seu
poder magnânimo e Misericordioso.
O
Senhor lhes sustentou o coração oprimido, iluminando o calvário de seus
padecimentos Através das linhas tortuosas dos homens, realizou Jesus os seus
grandes e benditos objetivos, porque os negros das Costas Africanas, foram uma
das pedras angulares do movimento Evangélico do Coraão do Mundo.
Sobre seus ombros flagelados,
carrearam-se quase todos os elementos materiais para a organização física do
Brasil e do manancial de humildade dos seus corações resignados e tristes,
nasceram as lições comovedoras, imunizando todos os espíritos, contra os
excessos do imperialismo.
E do
orgulho injustificáveis das outras nações do Planeta, dotando-se a alma
brasileira dos mais belos sentimentos de fraternidade, de ternura e de
perdão.
A civilização
Brasileira
Nas praias largas e
fartas de S. Cruz, floresciam cidades, como Salvador, São Vicente, com o auxilio
dos Caramurus e dos Ramalhos.
Por
toda a parte, os Índios buscavam refugio fugindo as torturas e escravidão,
infligidas pelos homens brancos. Houve a invasão dos franceses e os Tamoios
receberam-nos fraternalmente.
Mem de Sá repele os franceses do Rio de
Janeiro, mas eles voltaram e com o auxilio dos Tamoios na grande confederação
indígena. (Confederação dos Tamoios).
Morre Estacio de Sá empenhado com os
franceses e Tamoios em gueras. Nas esferas superiores, choram Ismael e seus
abnegados.
A cidade fica sob a
proteção de S Sebastião, o grande filho de Narbone, martirizado pela sua fé
Cristã no tempo de Diocleciano em 288 da nossa éra. Muitas vezes voltou Estacio
de Sá a reencarnar na pária do Evangelho.
Progrediu em ciências e virtudes e veio
a ser a de grande benemérito do Rio de Janeiro, como Osvaldo Cruz.
Ismael estabelece uma diretriz para a
organização econômica da Terra do Cruzeiro. Junto da Guanabara, sede do
pensamento brasileiro. Os núcleos orientadores de Piratininga com as audaciosas
bandeiras.
Em S. Paulo e Minas se
assentaram, os elementos indispensáveis à organização da Pátria esplendida Ambos
os estados serão ainda.e por muito tempo as conchas da balança, política e
econômica da nacionalidade. Os dois grandes Estados, compreenderão a imperiosa
necessidade de se unirem para sempre, cumprindo os imperativos de sua grande
Missão.
A esse tempo a Terra do
Evangelho chama-se Brasil devido aos negócios e trafico de pau Brasil.
Ismael implora a Jesus trabalhadores
para a sua seara. Volta a falar no sofrimento dos negros e dos índios.
Na sua
abnegação na Pátria do Evangelho. Têm eles os negros sido estadistas, médicos,
artistas, poetas e escritores eminentes.
Invasão Holandesa
Diz Ismael, busquemos na Europa, um
príncipe liberal, trabalhador e justo, que não esteja subordinado à política
romana...
Sua personalidade de administrador virá para a parte mais flagelada
do Brasil, afim de que seus exemplos possam servir aos demais.. Em 1624, aporta
na Bahia E Pernambuco o holandês Mauricio de Nassau. Benefícios e frutos,
produziu a sua administração. Seu amor a liberdade, granjeia o respeito de
índios, escravos e brasileiros. Voltou para a Europa por imposição de espíritos
avarentos.
Restauração de
Portugal
Sob o domínio Espanhol,
Portugal achava-se em profunda decadência... foi então que Henrique de Sagres
(antigo Helil) rogou a Jesus pelo minúsculo Portugal.
Sob a misericórdia do Cordeiro, H. de
Sagres organizou as sua s falanges e, em 1640, Portugal era restaurado, subindo
ao trono D. João IV.
Sob orientação do invisível, estabelece tratados,
colocando o Brasil a salvo de lutas com o poderio da Inglatera.
As Bandeiras
Almas heróicas
nasceram nos campos de Piratininga.
Penetrando o coração da Terra do
Cruzeiro. Desvendando fontes de riquezas e desabrochar núcleos de
povoações.
Muitos conheceram a
penúria e o sofrimento. Entre eles Antônio Rodrigues Arzão, Marcos de Azevedo,
Bartolomeu Bueno e Fernão Dias Pais.
Procurando as riquezas ilusórias do
ouro, edificaram as cidades novas, fomentaram a pecuária e a agricultura.
Os Movimentos Nativistas
Nativismo:-
Sentimento de amor a Terra Nata.
Causas Principais:- Lutas contra os
invasores, as Bandeiras e as Riquezas do Brasil.
Já se irmanavam nessa época brasileiros,
portugueses, índios e negros. Remonta a esse sentimento de amor a Pátria O
descaso que Portugal nessa época fazia da colônia.
O ouro e os diamantes do
Brasil iam acender no trono português, as estrelas efêmeras do fastio e da
gloria...
Ainda espalhou-se pela Europa, os fabulosos tesouros de nossa
Terra. Prova da união do nativismo foi com
O Português João Fernandes Vieira
O Índio Felipe Camarão
O Negro Henrique Dias.
No tempo dos vice reis
O Rio de Janeiro, nessa época eclipsava
todas as cidades do Brasil, mas não primava pela higiene.
Haviam grandes
valas, dentro das quais, os pobres escravos, depositavam, todas as tardes,o
conteúdo mal cheiroso dos potes carregados à cabeça.
Pombal e os Jesuítas
Após D. João
V, sobe ao trono de Portugal D. José I que escolhe para Ministro o Conde de
Oeiras e, mais tarde, Marques de Pombal.
Este não tolerava os jesuítas, por se
entremeterem em assuntos de negócios e política, com a pretensão de imunizar o
mundo inteiro das correntes do pensamento da Reforma.
No Brasil os Missionários humildes da
celebre Companhia de Jesus, estavam longe das disputas em que se empenhavam seus
irmãos no outro lado do Atlântico, mas sofreram as perseguições do famoso
Ministro.
Os jesuítas foram banidos
e ficou retardada a educação das classes desfavorecidas. Lamentamos disse
Ismael,mas prosseguiremos o nosso trabalho, dentro de novas modalidades.
Inconfidência Mineira
Por morte
de D. José, ascendeu ao trono D.Maria I a Piedosa. Escravizada ao fanatismo do
tempo e as opiniões de seus dos seus confessores. O Brasil sofria o máximo de
vexames, no que se referia ao problema de sua liberdade A capitania de Minas
Gerais que se criara e desenvolvera, sob a carinhosa, atenção dos Paulistas, era
então o maior centro de riquezas da Colônia com suas minas inesgotáveis de ouro
e diamantes. Vila Rica nos cumes enevoados e frios das montanhas, reuniam uma
plêiade.
De poetas e escritores, que sentiam mais de perto as humilhações
infligidas pela Metrópole Portuguesa..O povo da mais rica capitania era esmagado
pelos impostos de toda natureza. Em Minas a elite Brasileira,considera a
gravidade da situação. Entre eles. Inácio de Alvarenga Joaquim José da Silva
Xavier, Cláudio Manoel da Costa,Tomás Gonzaga e outros.
Minas estava só, porque outras
capitanias estavam refazendo suas economias os intelectuais mineiras não
descansaram espalhavam prosélitos das idéias de liberdade. Mas os delatores cuja
frente se encontrava o português Silverio dos Reis levaram todo o plano ao
Visconde de Barbacena, governador de Minas.
Este agiu efetuando a prisão de
Tiradentes. D. Maria I Condenou penas de degredo nas regiões Africanas Com
exceção de Tiradentes, que teria de morrer na forca, conservando-se o cadáver
insepulto e esquartejado.
As
falanges de Ismael lhe cercam a alma fiel e forte Tiradentes, resgatou débitos
do passado como inquisidor, redimindo-se com as lágrimas do seu sacrifício em
favor da Pátria do Evangelho. . .
Revolução Francesa e Vinda de D João
VI ao Brasil
Em virtude da perturbação mental da D. Maria I, D.João VI,
Assume a direção do trono de Portugal.
Em 1789, instalara a revolução
Francesa, modificando a estrutura de todos os governos da
Europa.
Guilhotinado Luiz XVI, instala-se a Republica Francesa. A França
caíra na mãos do ditador inteligente, que de simples oficial de artilharia,
Bonaparte chegara ao cargo supremo do país fazendo-se proclamar Imperador.
Enviados de Jesus, dão a sua palavra magnânima aos trabalhadores do bem.
A
justiça de Deus, conhece todos os traidores da humanidade, que passam pelo
mundo, glorificados pela história. Napoleão prosseguia, deixando em toda parte
um rastro de lágrimas e sangue.
Portugal alia-se a Inglaterra,
resistindo as ordens supremas do Conquistador.
A Inglaterra, sugere à casa de Bragança,
a retirada para o Brasil. A frota real, velejou Tejo, e mal havia desaparecido
no Atlântico, já os soldados de Junot se apoderaram de Lisboa, com ordem de
riscar Portugal da carta geográfica da Europa.Contudo Jesus velava pelos
vencidos e humilhados. D. João chega ao Brasil em Janeiro de 1808. A casa de
Bragança ia dilatar até aqui os limites de seu reino.
D.João VI no Brasil
Enquanto as
falanges de Henrrique Sagres, se reuniam em Portugal, revigorando as forças
lusitanas, o exército de Ismael, voltava-se para o Brasil, a fim de inspirar o
primeiro soberano do velho mundo, que pisava em terras Americanas.
Tiradentes era um desses espíritos
invisíveis, como gênio inspirador.
A 22 de Janeiro aporta na Bahia a frota
real. O povo Baiano, recebe o soberano e sua comitiva com grande
amizade.
Consegue D. João, a abertura de todos os portos da colônia, ao
comercio universal.
A maravilha dos céus americanos, deslumbrava os olhos de
D. João.
Aportou no Rio de Janeiro,
num ambiente de alegria geral. Apenas Dona Carlota Joaquina, com a sua educação
deficiente não se conforma com a situação. Encheu-se o Rio de obras notáveis,
Escola de Medicina, Real Teatro S. João, Banco do Brasil, Escola de Belas Artes.
Criou-se a Academia de Marinha, Conselho Militar, Biblioteca Real etc.
Desenhou-se o jardim botânico, Iniciou-se com a Imprensa Régia, a vida do
jornalismo na Terra de S. Cruz. D. João prestou ao Brasil inestimáveis
seviços.
Em 1815, a colônia passou
a Reino Unido. As preocupações de D. João se dividiam entre a mãe demente, a
esposa desleal e incompreensível e o filho perdulário e estroina ( D. Pedro I
).
Morre em Portugal D. Maria I e no ano seguinte, casou-se D. Pedro, com a
Arquiduquesa Leopoldina da Áustria. Alma sensível e delicada, essa princesa foi
trazida ao Brasil de acordo com as determinações da espiritualidade, para
colaborar, nos elevados projetos de Ismael.
Portugal reclama a volta de D.
João VI.e D. João torna conhecida a sua resolução de regressar a. Lisboa. O
generoso soberano, foi obrigado a deixar o Brasil, concedendo a D. Pedro I a
regência da Pátria do Evangelho.No momento das despedidas profere ele a famosa
recomendação.
-" Pedro, se o Brasil se separar de Portugal, antes seja para
ti a coroa, já que me respeitaras do que para algum desses aventureiros".
No Limiar da Independência
Os portugueses influentes, considerando
o perigo da independência brasileira, A mais preciosa gema que se engastara à
coroa da Casa de Bragança, estava prestes a desprender-se para sempre. Um
período agitado na época entre pólos antagônicos do absolutismo e da
democracia.
Os 130 deputados
portugueses com sua vontade despótica aos 72 deputados brasileiros que assistiam
com heroísmo ao desenvolvimento dos projetos de hostilidade à direção do
príncipe regente do Brasil. Declarava um desses parlamentares que D. Pedro,
deveria abandonar o Brasil e voltar para Portugal.
A caravana de Ismael se desvela pelo
cultivo das idéias liberais no coração da Pátria. E diz:
_ O problema da liberdade é sempre uma
questão delicada. Cumpre considerar que toda elevação requer a plena consciência
do dever à cumprir. Precisamos difundir a educação individual e coletiva dentro
das nossas possibilidades formando os espíritos antes das obras. No problema em
questão, temos que aproveitar um príncipe do mundo, para levar a efeito a
separação de duas Pátrias, com o mínimo de lutas. Cercaremos esse príncipe das
claridades fraternas da nossa assistência espiritual. Povoemos as suas noites de
sonhos de amor à liberdade e noções de solidariedade humana. Individualmente,
não representa ele o tipo ideal, realização de nossos projetos. Não tem para
nós, um cérebro receptivo, que facilite o nosso trabalho, mas encarna o espirito
de autoridade e temos que mobilizar todos os elementos ao nosso alcance,para
evitar uma guerra civil. Trabalhemos mais um pouco junto ao seu coração. Em
breves dias poderemos concentrar as forças dispersas, para a proclamação da
Independência.
As agitações, porem se avolumavam e de Lisboa veio para o Rio
de Janeiro, ordens terminantes de repatriar o Príncipe D. Pedro.
Independência
O movimento da
emancipação percorria todos os rincões da Pátria, mas eram no Rio de Janeiro,
cérebro do país, que fervilhavam as idéias libertárias. O príncipe, considerando
as tradições e laços de família, hesitava em optar pela decisão suprema de se
separar em caráter definitivo da Metrópole.
Reúnem-se os cariocas e com uma folha de
oito mil assinantes foi levada ao príncipe regente pelo senado pedindo-lhe que
ficasse. O príncipe ponderou as palavras do Pai no instante da despedida e após
alguns momentos de angustiosa expectativa,, informou que ficaria no Brasil
contra todas as determinações das cortes de Lisboa. Se é para o bem de todos e
felicidade geral da nação, diga ao povo que fico. As tropas Portuguesas,
quiseram reagir, mas Ismael acode e sem um só tiro com humildade foi obedecida a
decisão do Príncipe D. Pedro. Pensou-se daí por diante, na organização política
do Brasil.
Os homens eminentes da
época a cuja frente, colocamos a figura de José Bonifácio, que foi feito
Ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros inspirando com êxito o Príncipe
Regente.
José Bonifácio,
aconselha.D. Pedro a uma viagem a Minas afim de unificação. Outra vez uma viagem
a São Paulo. As falanges invisíveis se reúnem em no Colégio de Piratininga. " A
independência do Brasil diz Ismael, já se encontra praticamente proclamada. " O
nosso irmão martirizado há algum tempo, pela grande causa, acompanhara D.Pedro
em seu regresso ao Rio e, ainda em terra generosa de São Paulo, auxiliara o seu
coração, no grito supremo de Independência (Tiradentes ).
Uniremos assim mais
uma vez as duas grandes oficinas do progresso da Pátria, para que sejam
registradoras do inesquecível acontecimento.
Nos fatos da história o grito da
emancipação partiu das montanhas e deverá encontrar aqui em São Paulo o seu eco
Realizador. Tiradentes acompanhou o Príncipe de volta ao Rio. Um correio leva ao
conhecimento de D. Pedro, as novas imposições das Cortes de Lisboa, e alí mesmo,
nas margens do Ipiranga, ele deixou escapar o grito de" Independência ou Morte."
Sem suspeitar que era dócil instrumento de um emissario invisível, que velava
pela grandeza doa Pátria.
D.
Pedro II
Definitivamente proclamada
a independência, Ismael leva ao Divino Mestre o resultado de todas as conquistas
verificadas. Jesus chamando Longínus, falou com bondade. " Longínus'' entre as
nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como o coração do mundo. Consegui
evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas, fragmentasse o seu vasto
território, cuja configuração geográfica representa o órgão.
Do sentimento no
Planeta. "Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para cumprir uma
grande missão no Brasil? " Senhor - respondeu Longinus - muitas existências de
dor tenho experimentado, para gravar no intimo a compreensão do vosso amor
infinito, que não pude entender ao pé da cruz dos vossos martírios no calvário,
em razão dos espinhos da vaidade e da impenitência que sufocavam naquele tempo a
minha alma. Recebo Senhor esta incumbência com indizível alegria Pois bem diz
Jesus Serás Imperador do Brasil até que ele atinja perfeita maioridade. Esforço
de mais de meio século. Inspirarei as tuas atividades, mas considera sempre a
responsabilidade em tuas mãos.Ampara os fracos e desvalidos corrige leis
despóticas. Lembra-te da prudência.e fraternidade, junto ao povo e
nacionalidades vizinhas. Nas lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha
e espera o pronunciamento da minha justiça.
Procura aliviar o padecimento daqueles
que sofrem no cativeiro, cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu
reinado. Não esperes a gratidão dos teus contemporâneos Amparar-te-ei o coração
e nos dias de amargura final, minha luz descerá sobre os teus cabelos brancos,
santificando a tua morte.
A
posteridade, porem saberá descobrir as marcas dos teus passos na Terra. No dia 2
de Dezembro de 1825, nascia de D. Leopoldina, e D. Pedro, aquele que seria no
Brasil, o grande Imperador.
Fim do Primeiro Reinado
Um dos traços do povo brasileiro é o seu
profundo amor à liberdade. Desde os primeiros movimentos nativistas, a
mentalidade geral do Brasil obedeceu a esse nobre imperativo. A atitude de D.
Pedro I ordenando a dissolução da constituinte em 1823 tivera funda repercussão
no espírito geral. O Imperador apesar das suas paixões tumultuarias e de suas
fraquezas como homem, possuía psicologia política inaugurando a era
constitucional do Brasil. Mas era extremista e dissolvia assembléias. Ao exilar
os Andradas, cravará um abismo entre ele e a opinião pública. Então as lutas
isoladas se multiplicavam.
O mundo
invisível,atua de maneira sensível entre os gabinetes, políticos. A realidade é
que Ismael velava sempre. O Imperador Pedro I meditava que por ser português
nato, havia aquele agravo do povo. D.Pedro pensou e os mensageiros auxiliaram-no
e as duas horas da madrugada, abdicava na pessoa de seu filho d. Pedro de
Alcântara, que contava cinco anos e ficara sob a esclarecida tutela de José
Bonifácio.
O Espiritismo Allan Kardec
O século XIX, que surgira com as últimas
agitações provocadas no mundo pela revolução Francesa, estava destinado a
presenciar extraordinários acontecimentos. A promessa do consolador, derramando
as claridades sobre toda a carne estava se processando. Terminada a triste
atividade bélica de Bonaparte e já o espaço se movimentava, no sentido de
renovar os surtos de progresso das coletividades. Foi assim que Allan Kardec a 3
de Outubro de 1804, via a luz da atmosfera na cidade de Lião.
Segundo os planos do invisível o grande
missionário, no seu maravilhoso esforço de síntese, contaria com a cooperação de
uma plêiade de auxiliares de sua obra para auxiliá-lo, nas individualidades de
João Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da Fé. De Leon Denis, que
efetuaria o desdobramento filosófico. De Gabriel Delanne, que apresentaria a
estrada científica e de Camile Flmarion, que abriria a cortina dos mundos,
desenhando as maravilhas das paisagens celestes., cooperando assim na
codificação Kardeciana, no Velho Mundo. Ia resplandecer a suave luz do
Espiritismo O infinito se prepara para a jornada gloriosa.. As abnegadas coortes
de Ismael, trazem as suas inspirações para o pais do Cruzeiro.As primeiras
experiências espiritistas no Brasil, começaram pelo problema das curas.
Em 1818, já o Brasil, possuía um grande
circulo homeopático sob a direção do mundo invisível nessa época, reúnem-se
Ismael com seus colaboradores.. Diz ele:- Irmãos, este século é assinalado pelo
advento do Consolador Numerosos missionários estão voltando na Terra. Uma
verdadeira renascença das filosofias, da arte e das ciências se verificará
Concentremos nossos esforços na Terra do Evangelho, para que possamos plantar no
coração de seus filhos as sementes benditas, que frutificaram no solo abençoado
do Cruzeiro.
Encaminhando-se para
um dos dedicados e fieis discípulos, falou -lhe assim...
Dr. Adolfo
Bezerra de Menezes
-"Descerás às
lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no Brasil.
Arregimentarás todas os elementos
dispersos, com dedicação de teu espírito, afim de que possamos criar o nosso
núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e
regeneração.
Sê a luta vai ser
grande, considera que não será a compensação do Senhor, que é o caminho a
verdade e a vida. Havia um divino silêncio e uma voz, terna, exclamou. " Gloria
a Deus nas alturas e paz na Terra aos trabalhadores de boa vontade. Luminosidade
e aromas, inundaram a atmosfera.
Daí a algum tempo no dia 29 de Agosto de
1831 no Riacho do Sangue no Ceara, nascia Adolfo B. DE Menezes, o grande
discípulo de Ismael que vinha cumprir no Brasil, elevada missão.
A Obra de Ismael
Grande movimento
preparatório do Espiritismo no mundo, tinha no Brasil a sua repercussão natural.
por volta de 1840, chegaram dois médicos humanitários Bento Mure e Vicente
Martins, que fariam da medicina homeopática, verdadeiro apostolado.
Fenômenos de Haidesville e a Corte
no Segegundo Reinado
Estudos no Rio
de Janeiro (D. Pedro II estudava a filosofia espírita).
Ainda Estudavam, o
Marques de Olinda Visconde de Uberaba e outros. Em Salvador, haviam núcleos que
também estudavam. A doutrina marcha vitoriosa na América do Norte e Europa,
quando o Codificador, volta a espiritualidade.
Surgindo os espiritistas,
fundou-se um grupo central das atividades e que ficasse como órgão orientador de
todos os movimentos da doutrina no Brasil. Fundou-se com estatutos e demais
formalidades exigidas "O GRUPO CONFÙCIO" que seria a base da obra
doutrinária.
Por esse grupo passaram na época, todos os simpatizantes da
doutrina. Nem todos os espíritas modernos, conhecem o fecundo labor daqueles
humildes trabalhadores dos terrenos infiltreis.
Lutaram contra a opinião
hostil do tempo, contra insultos e o ridículo. Ainda contra a onda das trevas do
mundo invisível que se opunham ao trabalho da doutrina.
Considerando que o homem em si, pela sua
vaidade e fraqueza, também é vulnerável em sua personalidade e os seres das
trevas se aproveitam. Os mensageiros triunfando dessas discórdias, fundaram novo
núcleo, mas as entidades tenebrosas sempre encontram médios pontos para a
dolorosa tarefa de fomentar a discórdia e a desarmonia.
"CHAMEM AGORA BEZERRA DE MENEZES AO SEU
APOSTOLADO".
BEZERRA traz com sigo a palma da harmonia, serenando todos os
conflitos. Estabelece a prudência e a discrição.
A obra de Ismael, às luzes sublimes do
Consolador, estava definitivamente instalada na Pátria do Cruzeiro, apesar da
precariedade do concurso dos homens.
As divergências foram atenuadas. Foi
então organizada A FEDERAÇÂO ESPÌRITA BRASILEIRA, SEDE DIRETORA NO
BRASIL.
A Regência e o Segundo Reinado
Sob a inspiração do alto,
organizou-se uma regência que se incumbiu de manter a ordem das instituições.
Não fossem os mananciais do pensamento e da economia, fixados por Ismael nas
regiões do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas que asseguraram a estabilidade
nacional, talvez não pudesse o Brasil resistir ao elemento embrutecido.
A regência é entregue a um dos homens
mais enérgicos e prudentes da época. O eclesiástico DIOGO ANTONIO FEIJÓ A nação
caminhou para o Parlamentarismo e FEIJÓ renunciou, sentindo ser um regime de
excessiva liberdade. Os liberais solicitaram a declaração da maioridade do
Imperador que, na época contava quinze anos de idade. Era conhecida por todos no
jovem D. Pedro II elevada madureza de raciocínio e caracter.
No ano de 184, foi coroado o jovem
Imperador. Sua primeira preocupação, foi pacificar o ambiente de sedições e
rebeldia. Prestigiando CAXIAS, consegue levantar a bandeira da paz na províncias
de S.Paulo Minas e depois no Rio Grande do Sul. Houve um largo período de Paz,
quando o Imperador organizaria as bases do pensamento Republicano sobre as
idéias ou ideais de fraternidade e liberdade a caminho das grandes realizações
do porvir...
Guerra do Paraguai
Pedro II, a medida que ia ampliando o
patrimônio das suas experiências em contato com a vida, amadurecia cada vez mais
as belas qualidades do seu coração e da sua inteligência Pelas suas obras, que
beneficiava tantos pobres e se educavam inúmeros estudiosos sem recursos, vivia
aureolado pela veneração das multidões. Dado a arte e a filosofia, sua
notoriedade alcançou os ambientes da cultura Européia Em 1850, iniciava-se por
etapas a suspensão do trafico negro, por diversas leis.
Antes porém, em 1843 D. PEDRO II,
desposou D. Tereza Cristina Maria, princesa das duas Sicilias..Esta princesa
viria partilhar com ele, no sagrado instituto da família a mesma abnegação e
amor pelo bem do Brasil. Vieram da espiritualidade, espíritos elevados, que
seriam colaboradores do Imperador. Entre tantos Barão do Rio Branco e Mauá,
Castro Alves e Pedro Américo.
No
meio dessas observações, o poder moderador da Coroa, não conseguiu eliminar
certo fundo de vaidade, que se foi estratificando na alma nacional. Dentro
dessas idéias perigosas da vaidade coletiva sentiu-se o Brasil, erradamente, com
o direito de interferir nos negócios dos Estados vizinhos, em beneficio de
nossos interesses.
O Brasil interferiu nas questões da Argentina e Uruguai
contra a influencia de Rosas e Oribe. Irrefletidamente o Imperador prestigiou
Urquiza, outro que governava Entre -Rios e comisso a política brasileira foi
olhada desconfiadamente.
D. Pedro
se retira para orar e nessa noite, sonha com o Mestre do calvário, que lhe diz
-" Pedro, guarda a tua espada na bainha, pois quem com ferro fere com ferro será
ferido".
Atua indecisão e incerteza, lançaram a Pátria do Evangelho numa
sinistra aventura.
Não descanses,
porque o céu está cheio de nuvens, e deves fortificar o coração para as
tempestades que virão. Auxiliarei a tua ação, porem sejam guardadas como lição
essas ações0, como inesquecíveis roteiro de experiências O Paraguai se sentiu
ameaçado na sua segurança e declarou guerra ao Brasil que durou 5 anos. Solano
Lopes, não receou arrastar o seu povo àquela terrível aventura.
Aliando-se aos seus amigos da Argentina
e do Uruguai, o Brasil afirmou com a vitória a sua soberania, sem exigir um
vintem dos proventos de sua vitória. E uma tradição de respeito, consolidou-se
na administração da Terra do Cruzeiro. E nunca mais o Brasil, praticou uma
intervenção indevida...
O
Movimento Abolicionista
Terminado s os movimentos bélicos os espíritos cultos
se levantaram para amparar o movimento abolicionista. Eram inspirados políticos,
escritores, poetas e artistas. Castro Alves, Luiz Gama, Barão do Rio Branco e
Patrocínio. A própria Princesa Isabel, cujas tradições de nobreza e bondade,
jamais serão esquecidas no coração do Brasil. Todos os ânimos se inflamavam ao
contato das grandes idéias de liberdade.
D. Pedro se reconforta com essas idéias.
Desejava mesmo antecipar-se, decretando a liberdade dos escravos, mas os
terríveis exemplos da guerra civil nos Est. Unidos na campanha abolicionista,
faziam-no recear as lutas das multidões apaixonadas e delinqüentes. Foi com
agrado que acompanhou a deliberação de sua filha que sancionou, a Lei do Ventre
Livre a idéia Republicana se consolidava.
O generoso Imperador, é afastado do
trono, sob a influência dos mentores invisíveis, ficando na Regência Isabel a
Princesa. Os abolicionistas, lhes vê chegar a possibilidade maravilhosa e a 13
de Maio de 1888, é apresentada à Regente a proposta de lei para a imediata,
extinção do cativeiro.
Lei que a P.
Isabel, cercada de entidades angélicas e misericordiosas, sanciona sem hesitar
com a nobre serenidade de seu coração de mulher. Nesse dia, toda uma onda de
claridades descia dos céus, sobre as vastidões do norte e do sul na P+ do
Evangelho Junto ao coração magnânimo de Isabel a Princesa, permanece
Ismael.
E, foi por isso que
Patrocino no arrebatamento do seu júbilo se arrastou de joelhos até os pés da
Princesa piedosa e Cristã. O marco divino da liberdade dos cativos, erguia-se na
estrada da civilização Brasileira.
A República
A republica era a
fórmula de governo, compatível com a evolução do Pais. No invisível, reúne o
Senhor e seus propostos e falou como no admirável sermão da Montanha.
"Irmãos a Pátria do Evangelho atinge
agora a sua maioridade coletiva. Profundas Transições assinalaram a sua
existência social e política Acompanhemos indiretamente. O Brasil, onde as
sementes do Evangelho, foram jorradas a mancheis, a fim seu povo, generoso, e
fraternal possa inscrever mais tarde a sua gloriosa missão espiritual nas mais
belas paginas da civilização.
A
Proclamação da Republica Brasileira, como índice da maioridade coletiva da
nação, há de fazer-se sem derramamento de sangue. Doravante o Brasil político
será entregue à sua responsabilidade própria. Bem - Aventurados todos os
trabalhadores da seara divina. Todas as cidades do País, se entregaram a
propaganda aberta das idéias republicanas a 15 de Novembro, com a bandeira do
novo regime nas mãos Deodoro da Fonseca proclama no Rio de Janeiro a REPÙBLICA
DOS ESTODOS UNIDOS DO BRASIL. O grande Imperador recebe a noticia com amarga
surpresa. (Deodoro) que era intimo do seu coração e da sua casa, voltava-se
agora contra a sua mão generosa.
Mas a verdade é que todos os
republicanos eram amigos íntimos de D.Pedro, quem não lhe devia, no Brasil, o
patrimônio de cultura e liberdade. O nobre Monarca repeliu todas as sugestões
que lhe eram oferecidas. Confortado pelas luzes do alto, não permitiu que se
derramasse uma só gota de sangue.
Preparou rapidamente, sua retirada com a
família imperial para a Europa e com lágrimas nos olhos, rejeita as elevadas
somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe oferece, para aceitar somente um
travesseiro de Terrado Brasil afim de que o amor da Pátria lhe santificasse a
morte no exílio de saudades e pranto.
"Em suma estou satisfeito, disse em
Portugal. É a minha carta de alforria. Agora posso ir onde quiser".
A
Federação Espírita Brasileira
Após a proclamação da República, Ismael,
prepara o ambiente, para que todos ouvissem a palavra póstuma de Allan Kardec
que através do médium Frederico Júnior, forneceu as suas instruções aos
espiritistas da capital Brasileira, exortando-os a Caridade, ao estudo e a
Unificação. Bezerra de Menezes que já trabalhava nos labores doutrinários,
recebe a palavra do alto com grande júbilo, e nas suas meditações e preces
considerou a necessidade de reunir a família espírita. E assim assumia Bezerra a
sua posição de Diretor de todos os trabalhos de Ismael no Brasil.
Assim desencarnou, tendo consolidado sua
obra e sua missão para ser livremente cultivada no século XX Essa Obra prossegue
sempre. Todas as agremiações espiritistas do País se lhe reúnem pelas mais
sacrossantas afinidades sentimentais na obra comum. Seus ascendentes têm
ligações no plano invisível com as mais OBSCURAS TENDAS DE CARIDADE ONDE
INTIDADES HUMILDES DE ANTIGOS AFRICANOS INDIOS E CABOCLOS PROCURAM FAZER O BEM
AOS SEUS SEMELHANTES.
Apesar das Sombras, alimentarem muitas vezes o
personalismo e a vaidade dos homens, mesmo daqueles que se encontram reunidos
nas tarefas mais sagradas.
O
Espiritismo No Brasil e Pátria do Evangelho
Consolidada as bases, o Espiritismo
derramou os seus frutos. Revivendo no Brasil as curas maravilhosas dos tempos
dos Apóstolos. Enquanto que na Europa, a idéia espiritualista, era somente
objeto de observação e pesquisa ou de grandes discussões estéreis no terreno da
filosofia, o espiritismo no Brasil penetra com todas as suas características do
Cristianismo Redivivo.
Todas as
possibilidades são aproveitadas por Ismael para o bem comum Todos os grupos, tem
as águas fluidificadas, a terapêutica do magnetismo espiritual, os elementos da
meopátia, a cura das obsessões, os auxílios gratuitos no serviço de assistência
aos necessitados no mais alto espírito Evangélico, dando de graça aquilo que se
recebeu como esmola do céu. Não é raro vermos caboclos que engrolam a gramática
nas suas confortadoras doutrinações, mas que conhecem o segredo místico de
consolar as almas, aliviando os aflitos e infelizes. Ou então médiuns da mais
obscura condição social e de humildes profissões a se constituírem instrumento
admiráveis nas mãos dos mensageiros de Jesus.
Na Europa e nos Est. Unidos a Revelação,
foi recebida, sem aclima-la. As próprias sessões mediúnicas são ali remuneradas,
como se esses fenômenos se processassem tão somente pelas disposições
estipuladas, num contrato de representações.
Enquanto que no Brasil, todos os crentes
sinceros, repelem esse comercio amoedado, nas suas sagradas relações com o plano
invisível. A principal questão do espiritualismo é proclamar a necessidade da
renovação interior, educando-se o pensamento do homem no Evangelho, para que o
Lar, possa refletir os seus sublimes preceitos. Tem a Doutrina as
características liberais, o pensamento livre para o estudo, para o exame, e nem
é possível dispensar, totalmente a discussão, no labor de aclaramento
geral.
A liberdade não exclui a
fraternidade, e a fraternidade sincera é o primeiro passo para a
Edificação.
No Brasil, a obra tem
uma função relevante no organismo social da Pátria, vivificando a seara da
Educação Espiritual Nosso objetivo, trazendo apontamentos da história, foi tão
somente mostrar a excelência da missão espiritual no Planeta, demostrando
simultaneamente, que cada nação, como cada indivíduo, tem sua tarefa a
desempenhar no concerto dos povos. Todos têm seus ascendentes no mundo maior. O
Brasil, com o seu patrimônio imenso, não poderá insular-se do resto do mundo. O
maior problema é o da Educação nacional, para que os filhos de outras Terras,
não se sintam dispostos a reviver no Brasil, as taras de suas antigas
organizações. Nenhum país do mundo, pode viver independente da comunidade
internacional Toda a grandeza de um povo, repousa na regularidade dos fenômenos
da troca No Brasil a chamada.contribuição estrangeira é indispensável.
A
política sofrerá no curso dos séculos as alternativas do direito e da força, até
que o Planeta possa atingir relativa perfeição social, com a cultura
generalizada. A ciência, a filosofia como as escolas sectárias, viverá entre
duvidas e vacilações, assentando os seus feitos na areia instável das convenções
humanas. Só o legitimo ideal cristão reconhecendo que o reino de Deus, ainda não
é deste mundo, poderá com a sua esperança e o seu exemplo, espiritualizar o ser
humano na construção do futuro. Conhecedores dessa grande verdade, supliquemos a
Jesus se digne derramar do orvalho de seu amor sobre a terra.. Fim
Fonte:
http://www.techs.com.br/meimei/historias/historia24.htm
Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho
Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Brasil, a
Nova Pátria do Evangelho. 3. Origens Espirituais do Povo Brasileiro. 4.
Holandeses, Franceses e Espanhóis. 5. A Procura do Ouro. 6. Prenúncio da
Liberdade. 7. A Independência do Brasil. 8. Maioridade Política Brasileira (I).
9. Maioridade Política Brasileira (II). 10. Conclusão. 11. Bibliografia
Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é captar a influência
do plano espiritual nos processos decisórios de política econômica,
principalmente aquela que nos foge da mente quando estudamos a História
Econômica do Brasil só pelo aspecto material. Então, procuramos dar como
conhecida a história material e tentamos visualizar, resumidamente, a
interrelação dos dois planos da vida, valendo-nos das citações de ordem material
somente para uma melhor compreensão da linha mestra que se formou desde o
descobrimento do Brasil até os nossos dias.
2. BRASIL, A NOVA PÁTRIA DO
EVANGELHO
Por volta do último quartel do século catorze, Jesus dispôs-se a
visitar o planeta Terra, a fim de verificar o processo realizado pela sua
doutrina de amor. Após observar que o mundo político, econômico e social do
ocidente estava conturbado pelo egoísmo, orgulho e vaidade dos habitantes das
grandes potências européias, Jesus, juntamente com Helil, traçam um novo roteiro
para o desenvolvimento espiritual dos terráqueos. Para isso, Helil deveria
reencarnar em Portugal e direcionar o povo português às conquistas marítimas,
com o objetivo de descobrir as terras-virgens da América.
Encarnado no
período 1394-1460, como o heróico infante de Sagres, operou a renovação das
energias portuguesas, expandindo as suas possibilidades realizadoras para além
mar, criando as condições necessárias para o futuro descobrimento da "Pátria do
Evangelho", que aconteceu em 1500, por Pedro Álvares Cabral.
Helil, depois do
seu desencarne, continuou a luta pela causa do Evangelho. Sua influência
espiritual junto a D. Duarte e D. Afonso V não fora marcada pelo êxito, porém,
com relação a D. João II, consegue que diversas expedições sejam organizadas e
enviadas ao mar.
A grande expedição de Cabral deixou Portugal no dia sete de
março de 1500. Em alto mar, as noites do grande expedicionário são povoadas de
sonhos sobrenaturais e, insensivelmente, as caravelas inquietas cedem ao impulso
de uma orientação imperceptível, desviando os caminhos das Índias para o coração
geográfico do Brasil.
Compreendemos, também, que enquanto outros países se
fragmentavam o fato do Brasil permanecer com o coração geográfico completo é
porque havia realmente a preocupação de Jesus em arrebanhar toda a população,
que deveria estar envolta com o lema: "Deus, Cristo e Caridade". (Xavier, 1977,
cap. I e II)
3. ORIGENS ESPIRITUAIS DO POVO BRASILEIRO
Para uma
compreensão mais ampla da formação espiritual do povo brasileiro, devemos
lembrar que os séculos quinze e dezesseis foram marcados pela influência do
"capitalismo comercial", que impulsionou as grandes potências européias ao mar,
a fim de colonizar a nova terra. O Brasil, recebe assim, imigrantes das várias
regiões do mundo.
Dentro desse
quadro, Jesus entregava o comando do Brasil a Ismael, cuja missão era reunir os
sedentos de justiça divina (degregados), os simples de coração (índios), os
humildes e aflitos (escravos) sob a influência dos missionários para que o
alicerce espiritual fosse edificado sobre a rocha firma, de modo que com o
passar dos anos não houvesse fragmentação. (Xavier, 1977, cap. III)
4.
HOLANDESES, FRANCESES E ESPANHÓIS
Para que pudéssemos ter essa formação
mesclada deveríamos aceitar as várias influências das grandes companhias de
comércio, cujas sedes se localizavam na Europa, principalmente em França,
Holanda e Inglaterra.
Primeiramente vieram os franceses, que encantados com a
beleza da Bahia de Guanabara, estabeleceram aí a sua feitoria, onde
Villegaignon, com sua mentalidade religiosa e honesta, capta a confiança dos
indígenas por três anos, pois em 1558 são expulsos por Mem de Sá.
De 1580 a
1640 recebemos a influência indireta da Espanha, porque como sabemos Portugal
ficou sob a direção deste país, desestimulando a colonização das terras
brasileiras.
Em 1624, a pretexto da guerra com a Espanha, os holandeses
invadem o Brasil, originando cenas dolorosas, porém não organizadas pelas
falanges do mundo invisível.
Em
1637, entregava em Pernambuco o General holandês João Maurício, príncipe de
Nassau, cuja estada no Brasil fora preparada no plano espiritual com a intenção
de desenvolver os germes do amor, respeito, tolerância e liberdade. Assim, os
escravos tornam-se livres à sombra de sua bandeira, os índios encontram, no seu
coração, o apoio de um nobre e leal amigo e todos obtém um novo clarão de
justiça no caminho a seguir.
Em 1661, os holandeses deixam o Brasil sem lutas
cruéis, mas ficou a semente da gratidão e do amor por um dos abnegados
servidores do Cristo. (Xavier, 1977, cap. VIII)
5. A PROCURA DO
OURO
Sabemos da história econômica que a razão básica da manutenção do
domínio político português nas terras brasileiras era a possibilidade de
descobrir imensos tesouros de metais preciosos. No plano espiritual, essa missão
de expandir o espaço conquistado foi entregue a Fernão Dias Paes, que antes de
reencarnar fora consolado por Ismael acerca da causa sinistra do ouro, recebendo
instruções de que a procura desse metal seria um fator de desenvolvimento
econômico, porque edificar-se-iam cidades e fomentar-se-iam a pecuária e a
agricultura.
A missão seria árdua e exigiria o máximo de disciplina e para
exemplificá-la viu-se na contingência de enforcar o próprio filho, quando esteve
encarnado.
Paralelamente às
bandeiras, outros movimentos realizavam-se na busca desse metal, criando um
clima de ilusões, ambição e comentários acerca da riqueza, que levava os
indivíduos à guerra, às revoluções e às emboscadas tendo como resultado a
aflição, o sofrimento e a morte, inclusive com a possibilidade de despovoamento
de Portugal. Citamos, como exemplo, a guerra das Emboabas, a Guerra dos
Mascates.
Ao mesmo tempo que no
plano material estávamos envoltos com um pequeno derramamento de sangue, no
plano espiritual, os agentes invisíveis estavam amparando-nos e podemos perceber
claramente pelo Tratado de Methuen que, o Brasil, ao transferir a posse do ouro
à Inglaterra, vetava as investidas das grandes potências européias que cobiçavam
nossas riquezas. (Xavier, 1977, cap. X)
6. PRENÚNCIO DA LIBERDADE
Os
preparativos da Revolução Francesa, isto é, as discussões a respeito da
liberdade influenciaram sobremaneira a classe dos poucos intelectuais
brasileiros, que observando a ganância pelo ouro por parte dos padres — para
aumentar o luxo das igrejas, dos magistrados — para aumentar suas fortunas que
levariam a Portugal e do fisco — para incrementar a receita de Portugal,
resolvem por em prática esses ideais políticos e econômicos.
Dos vários
encontros realizados para tal finalidade, escolheu-se a personalidade de
Tiradentes para ser o líder do movimento. Os desejos de liberdade foram vetados
por autoridades portuguesas tão logo ficaram sabendo do ocorrido, mandando
imediatamente extinguir a figura que se sobressaia nas ditas articulações. A
morte de Tiradentes do ponto de vista espiritual representava o resgate de
delitos cruéis do passado, quando inquisidor da Igreja.
Os estudos e
discussões acerca de nossa doutrina mostra-nos que o acaso não existe e que os
fatos se sucedem no devido tempo. Assim, verificamos que os intelectuais
brasileiros quanto os da França foram precipitados com as reivindicações de
liberdade, contrariando a vontade de Deus, o qual prefere que cada qual vença a
si mesmo e seja avessos à guerra e à Revolução. Percebemos, mais uma vez, a mão
protetora de Ismael, pois enquanto em França assistíamos à perda de muitas
vidas, no Brasil tivemos apenas um enforcamento. (Xavier, 1977, cap. XIV)
7.
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A conseqüência da Revolução Francesa, para nós, foi
a vinda da família real ao Brasil, que seria o estopim inicial de nossa
emancipação política, porque D. João VI estando no Brasil começou a tomar
resoluções políticas que iriam criar condições de desenvolvimento
econômico.
Primeiramente, abrem-se os portos para a livre concorrência com a
Inglaterra e, posteriormente, para as nações amigas. Em segundo lugar,
declaram-se livres as indústrias nacionais. Mesmo com grande parte da corte
colada ao orçamento da despesa, o Brasil caminhava para o alto destino que o
eterno lhe assinalara.
D. João VI estava envolto com a mãe demente, esposa
desleal, filho perdulário, excesso de despesas administrativas, revolução
constitucionalista de Portugal e problemas pessoais de alta responsabilidade,
quando teve de voltar a sua Pátria natal, deixando D. Pedro I, como
príncipe-regente, o qual deveria cumprir a constituição da junta Revolucionária
de Lisboa.
O plano espiritual presidindo a todos os acontecimentos
instrui-nos que o problema da liberdade é delicado, sendo preciso formar os
Espíritos antes das obras, pois todos os direitos adquiridos exigem
responsabilidade e nem sempre estamos aptos a enfrentá-los. Expõe-nos, também,
que D. Pedro não era a pessoa indicada para o processo de libertação do povo
brasileiro, mas ele encarnava o princípio da autoridade e caberiam ao próprio
plano espiritual — povoar suas noites de sonho, a fim de colocá-lo em condições
de assumir atitudes corretas e justas segundo a vontade de Deus.
D. Pedro
atendendo à frase de seu pai, quando deixou o Brasil. "Pedro, se o BRASIL se
separar de Portugal, antes seja para ti, que me respeitarás, do que para alguns
desses aventureiros". — resolve iniciar a separação dos dois países, sem prever
que Avilez, representante de Portugal tencionava criar barreiras a esse intento.
Durante esse período negro vemos a presença de Ismael manipulando as preces e as
vibrações das mães sofredoras e concentrando-as na mente e coração de Avilez,
deixando o caminho livre a D. Pedro para a consolidação da liberdade.
A presença de Ismael, dos abnegados
cooperadores do plano espiritual e principalmente, da figura de Tiradentes, em
espírito, acompanhavam através de viagens e contatos com diversos líderes
políticos em várias regiões do país, culminando com a famosa frase:
"INDEPENDÊNCIA OU MORTE", a sete de setembro de mil oitocentos e vinte e dois.
(Xavier, 1977, cap. XVI a XVIII)
8. MAIORIDADE POLÍTICA BRASILEIRA (I)
O aumento das responsabilidades
brasileiras deveria ser provido por alma nobre e valorosa. O plano espiritual
estava atento e começou a dialogar com Longinus, a fim de cientificá-lo da
grande missão que os mensageiros de Ismael estavam lhe propondo e se saísse
vencedor não precisaria retornar neste planeta de expiação e provas.
Reencarnaria, assim como D. Pedro II e se incumbiria de polarizar as atenções do
povo a sua pessoa no que dizia respeito aos exemplos e virtudes, renúncia e
sacrifícios abnegação e desprendimento.
Enquanto no outro plano da vida estes
assuntos eram ventilados, aqui, D. Pedro I, depois de consolidada a
Independência, tratava de dar continuidade ao processo de liberdade da Pátria do
Evangelho, sempre assessorado pelas falanges de Ismael, que aproveitavam o
minuto psicológico para auxiliá-lo nesta consolidação. Apesar de lutar pelos
interesses do Brasil foi acusado injustamente de proteger os de Portugal, e por
esta razão, inspirado pelos agentes do invisível, abdica na pessoa do filho, a
sete de abril de mil oitocentos e trinta e um.
Após a abdicação de D. Pedro I
o país sob o comando dos regentes interinos atravessou momentos de crise,
notando-se o desenrolar da guerra civil ao Norte e o movimento republicano no
Rio Grande do Sul. As falanges de Ismael eram obrigadas a aumentar os reforços
intuindo os homens da regência a praticarem os mais sublimes atos de renúncia
pelo bem coletivo a fim de que a luz do porvir na pátria não se transformasse em
trevas e não paralisasse os interesses do Senhor para com a nossa terra
natal.
D. Pedro II reencarna dentro dessa conjuntura e aos quinze anos de
idade adquire o poder de governar o país. Para bem cumprir sua missão,
abstraia-se dos textos legais e norteava suas decisões mais pela imprensa do que
pelos seus ministros, desgostando os políticos da época. Conseguiu com seu
caráter evolucionista um grande progresso de liberdade de opinião e a calma
voltara ao Brasil. Por não seguir as inspirações do mundo invisível, interfere
na liberdade do Uruguai, ocasionando com isto a guerra do Paraguai, pois este
país se sentindo ameaçado na sua segurança declarou-se contra o Brasil,
iniciando uma contenda que durou cinco anos de martírio e sofrimentos. (Xavier,
1977, cap. XX)
9. A MAIORIDADE POLÍTICA BRASILEIRA (II)
À medida que o
tempo passava, as repercussões internacionais e a experiência dos políticos
brasileiros clamava por uma mudança estrutural do nosso modelo de economia
política, muito embora D. Pedro II fosse um exemplo de discórdia e benevolência.
Os políticos da época pressionaram-no e nos primeiros meses de 1888, sob a
influência dos mentores invisíveis da pátria, o imperador é afastado do trono,
voltando a Regência à Princesa Isabel, promulgando a treze de maio de mil
oitocentos e oitenta e oito a lei que extinguia o cativeiro no Brasil.
Ao se
extinguir a servidão, o Brasil passava ao regime de maioridade política, isto é,
os habitantes deste território receberiam doravante influências indiretas do
plano espiritual, mas seriam responsáveis diretos pelos seus erros e acertos.
Denominamos República à oficialização desse índice de maioridade, firmado a
quinze de novembro de 1889 por Deodoro da Fonseca e uma plêiade de inteligências
cultas e vigorosas.
É útil recordarmos o grau de evolução de Longinus, que
deixou a coroa sem derramamento de sangue, repeliu todas as sugestões dos
Espíritos apaixonados pelo poder, não aceitou dinheiro pelo seu exílio, porém
levou consigo um punhado de terra brasileira que muito soubera amar.
O plano
espiritual, afim de corroborar este grau de liberdade adquirido, delegava
autoridade aos grandes médiuns, que seriam os portadores da luz do Cristo, com a
função de concentrar as energias do povo, dirigindo-as para o alvo sagrado da
evolução material e espiritual. Dentre eles citamos a personalidade de Bezerra
de Menezes, aclamado na noite de julho de1895 diretor de todos os trabalhos de
Ismael no Brasil. (Xavier, 1977, cap. XXI a XXX).
10. CONCLUSÃO
Este
estudo da História Econômica do Brasil, à luz da espiritualidade, deu-nos a
oportunidade de aumentarmos os nossos conhecimentos a respeito do povo, do
governo e dos agentes do mundo invisível
acompanhamos o desenrolar dos fatos
históricos e percebemos que a maioridade política se desenvolve da mesma forma
que o livre-arbítrio no campo individual; que as decisões que julgávamos
individuais abrangem uma amplitude mais ampla, porque aquele que decide recebe
influências dos ministros, da imprensa, da esposa, e muito mais do plano
espiritual, que até a proclamação da república a ascendência espiritual era
direta, passando depois a fazer por sugestões telepáticas; que ainda hoje
estamos com a boa influência, embora o livro de Humberto de Campos só explica
até o período republicano.
Vimos,
por fim, que o poder é transitório, que as paixões inflamam os indivíduos, que
pouco é o que sabemos e, por essa razão, devemos ter muita humildade, a fim de
podermos trilhar o caminho da felicidade, o qual nos conduzirá ao Cristo e à
caridade.
11. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FURTADO, C. Formação Econômica do
Brasil. 9 ed., São Paulo, Editora Nacional, 1969.
FURTADO, M. B. Síntese da
Economia Brasileira. 2 ed., Rio de Janeiro, LTC, 1983.
XAVIER, F. C. Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (pelo Espírito Humberto de Campos). 11.
ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
São Paulo, agosto de
1984