Os Espíritos constituem um mundo à
parte, fora daquele que vemos. O mundo das inteligências
incorpóreas.
Entre o mundo espírita e o mundo corpóreo, o mundo
espírita é o principal.
O mundo
espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.
O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido,
sem que isso alterasse a essência do mundo
espírita. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação
entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.
Os espíritos estão por toda parte. Povoam infinitamente
os espaços infinitos. Tendes muitos deles de contínuo a vosso lado,
observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são
uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para
execução de Seus desígnios providenciais. Nem todos, porém, vão a toda parte,
por isso que há regiões interditas aos menos adiantados.
Nem sempre o Espírito tem a faculdade de
escolher o mundo onde passe a habitar. Pode pedir que lhe seja permitido ir para
este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos
mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes. Se o Espírito
nada pedir, o que determina o mundo em que ele reencarnará é
o grau da sua elevação.
Há mundos onde o Espírito, deixando
de revestir corpos
materiais, só tenha por envoltório o perispírito. E mesmo esse envoltório se torna tão
etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.
O meio está
sempre em relação com a natureza dos seres que têm de nele viver:
-
os peixes, na água;
-
as aves, no ar;
-
O fluido etéreo está para as necessidades do Espírito, como
a atmosfera para as dos encarnados.
Os Espíritos_inferiores não podem suportar o brilho e a impressão
dos fluidos mais
etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não morre, mas
uma força instintiva os mantêm afastados dali, como a criatura terrena se afasta
de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.
Eis aí por que não podem sair do meio que lhes é apropriado
à natureza; para mudarem de meio, precisam antes mudar de natureza, despojar-se
dos instintos materiais que os retêm nos meios materiais; que se depurem e moralmente_se_transformem. Então, gradualmente se
identificam com um meio mais depurado, que se lhes torna uma necessidade, como
os olhos, para quem viveu longo tempo nas trevas, insensivelmente se habituam à
luz do dia e ao fulgor do Sol.
Nós estamos todo o tempo rodeados de espíritos, os quais
estão sempre próximos a nós. Porém nossos olhos não os vêem, porque são formados
por um corpo perispiritual que é muito menos denso ao nosso corpo
físico. O mesmo também ocorre no mundo espiritual, que pode ser
considerado uma outra dimensão que coexiste com a nossa. Ao redor da Terra,
existem várias regiões, colônias, regiões expiativas -
tudo correspondendo à vida espiritual terrestre. Cada planeta possui suas
regiões e colônias que estão de acordo com o grau de evolução geral do mesmo. Há
as colônias de tratamento pós-desencarnatório, as de estudo, as de passagem. Há
também as regiões chamadas de umbralinas, regiões punitivas, em que o espírito sofre,
durante a sua passagem pela vida espiritual, as conseqüências de seus erros e
faltas cometidas quando em sua estada carnal. Como já foi dito, portanto, os
espíritos nos rodeiam e, assim, nos influenciam a todo momento, muito mais do
que podemos imaginar, podendo ser para o bem ou para o mal, dependendo da
nossasintonia_mental e da natureza dos espíritos que assim
atraímos. E é desse tipo de influência que muitas vezes se instalam as obsessões.
Muitos comunicantes da Vida Espiritual têm
afirmado, em diversos países, que o plano_imediato_à_residência_dos_homens jaz subdividido em várias esferas. Assim é
com efeito, não do ponto de vista do espaço, mas sim sob o prisma de condições,
qual ocorre no globo de matéria mais densa, cujo dorso o homem pisa
orgulhosamente.
Para justificar a nossa asserção, lembraremos, em rápida
síntese, que a crosta terrestre, na maior parte dos elementos que a constituem,
é sólida, mas conservando, aqui e ali, vastas cavidades repletas de líquido
quente ou de material plástico.
Guarda o orbe grande núcleo no seio, e que podemos
considerar como sendo plasmado num aço de níquel natural, revestido por grossa
camada de rocha basáltica, medindo dois mil quilômetros, aproximadamente, de
raio, no tope da qual, ali e acolá, surgem finas superfícies de rocha granítica,
entre as quais a face basáltica está recoberta de água. Mais ou menos nessa
superfície, reside a zona mais apropriada para indicar o limite do solo que é,
conseqüentemente, o leito do oceano.
Temos, desse modo, os continentes do mundo,
como ligeira película, com a propriedade de flutuar, à maneira de barcaças
imensas, sobre o maciço basáltico, película essa que mantém a espessura de
cinqüenta quilômetros em média.
Encontramos, assim, na constituição natural do Planeta,
desde a barisfera à ionosfera, múltiplos círculos de força e atividade na terra,
na água e no ar, tanto quanto nos continentes identificamos as esferas de
civilização e nas civilizações as esferas de classe, a se totalizarem numa só
faixa do espaço.
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