Caridade e
Esperança
Meimei
Lembra-te da esperança para que a tua
caridade não se faça
incompleta.
Darás ao faminto, não somente a côdea de pão
que lhe mitigue a fome, mas também o carinho da palavra fraterna, com que se lhe
restaurem as energias.
Não apenas entregarás ao companheiro,
abandonado à intempérie, a peça que te sobra ao vestiário opulento, mas
agasalhá-lo-ás em teu sorriso espontâneo a fim de que se reerga e prossiga
adiante, revigorado e
tranqüilo.
Não olvides a paciência divina com que somos
tolerados a cada hora.
Qual acontece ao campo da natureza, em que o
Sol mil vezes injuriado pela treva, mil vezes responde com a bênção da luz,
dentro de nossa vida, assinalamos a caridade infinita de Deus, refazendo-nos a
oportunidade de servir e aprender, resgatar e sublimar todos os
dias.
Não te faças palmatória dos próprios irmãos,
aos quais deves a compreensão e a bondade de que recebes as mais elevadas quotas
do Céu, na forma de auxílio e misericórdia, em todos os instantes da
experiência.
Não profiras maldição nem espalhes o tóxico
da crítica, no obscuro caminho em que jornadeiam amigos menos ditosos, ainda
incapazes de libertarem a si mesmos das algemas da
ignorância.
Recorda que Jesus nos chamou à senda
terrestre para auxiliar e salvar, onde muitos já desertaram da confiança no
eterno bem.
Seja onde for e com quem for, atende à
esperança para que o mundo conquiste a vitória a que se
destina.
Aliviar com azedume é alargar a ferida de
quem padece e dar com reprimendas é envolver o socorro em repulsivo vinagre de
desânimo ou desespero.
À maneira de raio solar que desce à furna
cada manhã, restaurando o império da luz, sem reclamação e sem mágoa, sê
igualmente para os que te rodeiam a permanente mensagem do amor que tudo
compreende e tudo perdoa, amparando e auxiliando sem descansar, porque somente
pela força do amor alcançaremos a luz imperecível da
vida.
XAVIER,
Francisco Cândido pelo Espírito Meimei.