A MAIOR TRAGÉDIA - BOATE KISS -
O PORQUÊ DAS MORTES COLETIVAS
O desastre
aconteceria cedo ou tarde, tudo dependendo de quem utilizasse suas dependências
e do que usasse como atração além da música. Hoje o povo não se contenta apenas
com a música. Ele quer atrativos que façam com que se sinta em outra esfera,
incorporado aos agitos que acontecem no palco.
Há alguns anos um
conjunto musical tinha dificuldades imensas para conseguir contratos e tocar nos
finais de semana. Quando estavam pensando em desistir e mudar de vida alguém
aconselhou a colocar no palco moças com pouca roupa, dançando freneticamente.
Não deu outra. Em questão de meses a agenda estava lotada e o público gostava
das apresentações. A música ficava em segundo plano e o importante era agradar
mais as vistas que aos ouvidos.
Não pensem os amigos
que apenas a boate Kiss em Santa Maria apresenta problemas com palco rebaixado
com espumas altamente inflamáveis, somente uma porta de entrada e saída, lotação
acima da capacidade máxima entre outros fatores que causam desastres que podem
ser evitados.
No mundo tudo se dá
“um jeitinho” para que as leis sejam burladas, alguns tirem proveito máximo de
situações enquanto milhares são prejudicados. Mas com o tempo essas coisas serão
evitadas e as pessoas terão mais responsabilidade quanto ao cumprimento das leis
e, principalmente quanto à segurança do público.
Quando ocorrem
tragédias iguais a esta de Santa Maria, onde morreram mais de 235 pessoas, nos
vem à mente os ensinos dos Espíritos quanto aos resgates coletivos. Quem
praticou atrocidades em grupo, em grupo terá que resgatar o mal que
praticou.
Quando ocorreu o
incêndio do Gran Circus Norte-Americano, em Niterói, no dia 17 de dezembro de
1961, três mil pessoas estavam na plateia. Faltando vinte minutos para o
espetáculo acabar o fogo irrompeu na lona de cobertura feita com tecido de
algodão revestido com parafina. Em cinco minutos o circo queimou completamente.
Foram mais de 500 mortos sendo que eram 70% crianças. O incêndio foi criminoso
tendo sido ateado por um operário que ajudou a montar o circo e que fora
dispensado do serviço pelo dono. Demitido, jurou vingança e o fez queimando o
circo.
Chico Xavier o grande
apóstolo do Espiritismo, recebeu mensagem do Espírito Humberto de Campos onde
ele elucidava o porquê de tantas mortes no circo. Segundo Humberto no ano 177 da
era Cristã, em Lyon, na França, para festejar a chegada de Lúcio Galo, famoso
cabo de guerra do imperador Marcos Aurélio, teriam que fazer algo inusitado no
circo armado na cidade. Além de dançarinas, gladiadores, jograis e atletas era
costume jogar cristãos às feras, matá-los com flechas envenenadas, atear fogo
quando amarrados em postes, entre tantos outros suplícios
inventados.
Como apenas matar
Cristãos se tornou comum, alguém propôs a ideia de molhar a arena com resina e
cercar com farpas de madeira embebidas em óleo. Reuniram mil crianças, mulheres
e velhos Cristãos e os colocaram na arena no dia seguinte. Atearam fogo na
resina e nas farpas e soltaram cavalos velhos para pisotear os Cristãos. Em
poucos minutos os Cristãos morriam queimados ou pisoteados pelos
cavalos.
Quase 1.800 anos
depois os mesmos romanos de Lyon que deram a ideia, prenderam os Cristãos nas
casas, levando-os à morte, reencarnaram e foram assistir ao Gran Circus em
Niterói, quando desencarnaram da mesma maneira, sob o fogo.
É a lei do carma
agindo para que não que o resgate não seja cumprido. Deus vai aproximando os que
têm que pagar os débitos coletivos e no dia aprazado reúnem-se em determinado
local, ou barco, ou avião e morrem coletivamente.
Quando ocorreu a
tragédia em Santa Maria me veio à mente as barbaridades cometidas durante as
guerras. Em primeiro lugar recordei da Guerra do Contestado. A companhia que
construiu a estrada de ferro que cortou o estado de Santa Catarina ganhou do
governo federal 15 Km de cada lado da ferrovia para explorar a madeira e depois
vender as terras para colonizar a região.
Os trezentos
vaqueanos contratados pela companhia para expulsar os colonos que viviam na
região, seguidamente incendiavam seus ranchos e os matavam
impiedosamente.
Quando as tropas
federais entraram em Taquaruçú queimaram o pavilhão da igreja com mais de
trezentas mulheres, crianças e velhos em seu interior.
Durante a Guerra dos
Farrapos quantos ranchos foram queimados com as pessoas dentro, por tropas
inimigas?
Uma notícia afirma
que a combustão na boate Kiss liberou a mesma substância usada por nazistas para
matar judeus e outros prisioneiros nas câmaras de gás na Segunda Guerra Mundial.
O cianeto - princípio ativo do pesticida Zyklon B, utilizado pelas tropas de
Adolf Hitler - é um dos venenos mais letais que existem.
A queima dos
materiais usados no isolamento acústico da Boate Kiss produziu cianeto junto com
a fuligem e o monóxido de carbono. Não tem cheiro nem cor e é capaz de matar em
um prazo de quatro a cinco minutos. O gás é subproduto da combustão de materiais
como espuma de poliuretano, usada em revestimentos baratos com finalidades
acústicas.
A lei do carma
preconiza que se são necessários acontecimentos trágicos em que centenas devem
morrer juntos, o bom senso ensina que se deve seguir ao máximo os itens de
segurança para que estejam dentro das normas, pois o
público não pode, em
hipótese alguma, pagar com a vida a negligência de quem gosta de “dar o jeitinho
brasileiro” quando é preciso fazer investimentos.
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