EDUCANDO NO LAR A SEXUALIDADE DE NOSSOS FILHOS -
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
EDUCANDO NO LAR A SEXUALIDADE DE NOSSOS FILHOS
"Sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo."
Emmanuel - Livro: Vida e Sexo - FEB
É inegável a importância das energias genésicas na construção dos ideais humanos. A sexualidade é energia e vibração presente nas criaturas, fazendo com que o ser humano busque a afetividade como aspiração maior, propiciando a existência da família, da própria civilização, do aprimoramento da sociedade humana, das experiências que enriquecem a todos nós, acontecendo em nome das relações afetivas os grandes progressos, bem como inúmeras guerras e tragédias cotidianas.
Conforme a frase inicial de Emmanuel, percebemos o respeito e a compreensão que devemos a esta força divina, irradiadora de paz e harmonia, quando encaminhada na direção correta. Não esqueçamos que esta força está presente em todos os seres, em qualquer nivel evolutivo, logicamente diferenciado em função do grau de aprimoramento espiritual, até alcançarmos o amor puro no degrau mais alto da escada. Do instinto do animal ao sentimento divino que coordena e mantém o Universo em funcionamento perfeito, tudo é fruto da manifestação do que já carregamos em nosso coração.
O instinto sexual é, portanto, o amor em fase de crescimento. Não podemos circunscrever a sexualidade a contatos momentâneos de corpos físicos. A nossa sexualidade traduz muito mais do que instantes de prazer; é a manifestação de todos os nossos sentimentos, desejos, tendências e ideais. Está presente em nossas palavras, em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, em nosso olhar, em nossos sonhos. A troca de energias não se resume a um momento de clímax; mas na amizade, no respeito, no toque das mãos, no carinho da convivência sadia, na alegria, nas pequenas boas coisas da vida, em todos os instantes do nosso dia.
Meditemos com Emmanuel': "Em nenhum caso, ser-nos-á lícito subestimar a importância da energia sexual que, na essência, verte da criação divina para a constituição e sustentação de todas as criaturas".
MOMENTO ATUAL
Enfrentamos um momento na Humanidade em que os valores morais sofrem constantes ataques da cultura materialista, sob pesada artilharia do imediatismo, do prazer egoístico. Em lugar de aproximar-nos do sentimento elevado, caminhamos por vezes na direção do instinto grosseiro, esquecendo-nos da condição humana para aproximar-nos da animalidade, que se reflete em comportamentos desequilibrados, tais como: abusos diversos, desvios sexual-afetivos, aumento dos crimes de cunho sexual, obsessões, loucura, abandonos, abortos, separações, suicídios, desespero afetivo, prostituição, promiscuidade, degradação.
Se avaliarmos a maneira pela qual se trata o tema, veremos imensa variação, polarizando-se, porém, duas formas que mais sobressaem:
a) a primeira ainda persiste no tabu, no preconceito e na negativa em discutir a nossa sexualidade. Muitos se defendem em um falso puritanismo, tratando a questão como pecado ou sujeira, mostrando Ignorância ou talvez, exteriorizando recalques e traumas pessoais, criando nas consciências chavões a fazerem com que milhões não saibam conhecer nem descobrir o próprio mundo íntimo, vivendo infelizes, carregando bloqueios, tabus, recriminando-se e negando a si mesmos a oportunidade de crescerem e desenvolverem as próprias aptidões e buscarem a felicidade afetiva, direito inalienável de todos os seres humanos;
b) a segunda se prende a interesses financeiros muito fortes, explorando a sensualidade humana e levando as criamras à viciação e ao abuso. Por isso encontramos nos programas de televisão, nos livros, nas artes, nas músicas, na publicidade, referências ao sexo com desrespeito e grosseria, um festival apelativo que, em vez de ajudar as pessoas a encontrarem a própria sexualidade, fazem com que apenas toquem na casca, aflorando sensações e paixões, desacompanhadas de sentimentos mais profundos, transformando a criatura em alguém fútil, egoísta e leviano, utilizando-se do próprio corpo como mero objeto de prazer, descendo da condição humana para a de animal, onde o instinto substitui o sentimento.
EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS
Ao par das reações acima, felizmente, hoje já há grande preocupação em discutir a sexualidade dos jovens em inúmeras instituições e escolas, discorrendo sobre o assunto, incluindo no currículo a Educação Sexual para os adolescentes, buscando explicar aspectos biológicos da sexualidade (reprodução humana, o aparelho físico, órgãos sexuais, hormônios, fecundação, etc), aspectos médicos (doenças sexualmente transmissíveis, ejaculação precoce, impotência, esterilidade, prevenção à gravidez, etc.) e aspectos psicológicos (prazer, desejo sexual, mente e sexo, etc).
Reportagens, programas de televisão, revistas têm aberto espaço para análise e reflexão quanto a assunto tão importante, já que todos fomos, somos ou seremos jovens em meio ao turbilhão da vida moderna.
Toda esta discussão tem servido para quebrar o tabu acerca do tema, evitando a hipocrisia como condutora das orientações à nossa juventude.
Mas é preciso indagar: Será suficiente o papel da escola, dos instintos humanos e da mídia na preparação, desde a fase da infância, para que nossos filhos adentrem o campo do autoconhecimento afetivo-sexual em condições de desempenharem um bom papel, conseguindo vencer em meio a esta selva que mistura necessidades e fantasias, realidade e ilusão?
E obvio "que não será suficiente, pois a nossa conduta nesta área será reflexo de todo o arcabouço moral, de nosso escrínio sentimental, de nossa personalidade desenvolvida desde os mais tenros dias da infância. Isto equivale a dizer que o papel dos pais é preponderante e indispensável na preparação de seus filhos para todos os desafios da vida, da maneira pela qual poderão enfrentar os problemas, as dificuldades e os obstáculos no campo do comportamento, da afetividade e do relacionamento com o próprio mundo íntimo.
A ORIENTAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA
No movimento espírita sofremos o reflexo da postura tradicional dos homens; uns tratam o assunto com menosprezo, relegando-o à posição de hábitos inferiores das criaturas, adotando a visão mesquinha e falsa de quem foge de conhecer a si mesmo e prefere condenar o assunto aos que devam ser evitados a todo custo, junto a outros que muitos espíritas ignorantes e hipócritas escreveram em seu "Índex".
Outros, em meio à doutrina tão rica e profunda, na hora de analisar a questão, prendem-se somente à visão materialista, recorrendo unicamente a opiniões acanhadas e distantes da realidade espiritual de que somos espíritos eternos, vindos de imenso número de reencarnações.
O número de obras espíritas que tratam do tema "sexo" é expressivo, muitas como tema central, outras trazendo, em meio a tantos ensinamentos, lições sobre o assunto.
As primeiras explicações importantes encontramos na obra de Allan Kardec, mostrando que os espíritos, desde o início da Codificação, tratam com seriedade e profundidade o tema, que se reflete em todos nós, invariavelmente, determinando nossas condutas, nossas realizações e possibilitando-nos traçar o caminho da retificação e do acerto.
O amigo espiritual Caminheiro de Agostinho avisa: "Os espíritos apoiam e apoiarão sempre o estudo dentro do tema sexo".
Faz-se mister que, nas casas espíritas, temas relacionados com a sexualidade sejam objeto de palestras, seminários, encontros, estudos, abrindo portas para os frequentadores e trabalhadores ampliarem sua visão sobre o assunto, fugindo dos dogmatismos e posições baseadas em achismos", entendendo que o Espiritismo não condena ou afasta, porém esclarece e educa.
O PAPEL DO LAR NA EDUCAÇÃO SEXUAL DOS FILHOS
Recordemos a clássica máxima que Emmanuel nos descortina': "A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter".
A orientação sobre todas as tendências do ser humano, sobre a conduta que será a melhor durante a vida, o conhecimento da personalidade de nossos filhos, a mensagem positiva que devemos passar-lhes para terem uma existência saudável e equilibrada, todas as informações que compete aos pais transmitir aos filhos deverão ser efetivadas no ambiente doméstico, templo sagrado onde o espírito encarnado reinicia sua caminhada buscando retificar males passados, ratificar virtudes conquistadas e construir novas edificações no campo da evolução espiritual.
Indubitavelmente, no lar surgirão os primeiros esclarecimentos para uma sexualidade sadia, equilibrada e voltada aos seus verdadeiros objetivos.
E, se o lar é o ambiente principal para este trabalho de preparação, obviamente os PAIS serão os primeiros e grandes professores dos filhos.
Não simplesmente professores em aulas de biologia e anatomia, mas professores da moral elevada e da afetividade equilibrada, pois deverão cultivar no coração dos filhos princípios superiores que lhes despertem bons sentimentos e tendências retas, aprendendo a situar a própria sexualidade como um campo produtivo e fértil de conquistas.
Ensinar a arte de manusear essa energia que nos será imprescindível em todas as nossas realizações na vida e nos será indispensável para sermos felizes e cumprirmos
Nossa programática espiritual, que assumimos ao reencarnarmos.
Novamente, com Emmanuel, encontramos confirmada a responsabilidade dos pais'': "Consideramos que os pais são os mestres da educação sexual de seus filhos".
Assim, antes que a escola ensine conceitos quaisquer sobre educação sexual, deverão os pais transmitir-lhes orientação segura, com muito amor, paciência e discernimento, tarefa esta que é indelegável, não esperando de professores, educadores do mundo ou que aprendam, no passar dos anos, com os colegas e amiguinhos, conceitos deturpados, ideias equivocadas e vendo no ser humano apenas um brinquedo onde a satisfação seja o prazer físico.
NA EXPERIÊNCIA DO DIA-A-DIA
Não percamos de vista o fato de que nossos filhos não são espíritos em caminhada inicial do mundo. São almas que vêm de experiências milenares, onde já acertaram e erraram muitas vezes em matéria de afetividade e por isso chegam até nós, trazendo acertos e desacertos. Afinal não podemos esquecer, concordando com Santo Agostinho':
"Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior".
A pergunta quanto ao que devemos ensinar está na simples resposta de que, ao educarmos nossos filhos como seres integrais, buscando inserir neles as virdes, tais como o perdão, o respeito, a tolerância, a paciência, o carinho, o amor, o discernimento, o equilíbrio, a indulgência, a fraternidade, o bom senso e tantas outras virtudes, estaremos ensinando-os a ter uma vida afetivo-sexual com equilíbrio e respeito ao semelhante, bem como estaremos neles combatendo o orgulho, o egoísmo, a vaidade, a ambição desmedida, o desejo irrefreado, etc.
Com o companheiro Walter Barcelos, temos magistral interpretação: "A educação sexual da criança não poderá ser entendida como um trabalho à parte dentro do programa da educação. O trabalho da educação é um só; o que difere é somente quanto à instrução. O sexo, está implicitamente ligado à personalidade, ao sentimento, ao afetivo, ao caráter da criatura humana".
Educação sempre será algo mais que vestir, alimentar e dar bens materiais a nossos filhos; a grande tarefa é prepará-los para as dificuldades e lutas que enfrentarão no mundo, onde terão suas virtudes testadas e seus vícios provocados. Neste embate permanente, dependerá de cada um vencer ou cair provisoriamente, e, com os recursos que estiverem carregando, frutos das orientações recebidas no lar, é que conseguirão alcançar ou não os objetivos.
OS PERIGOS DA QUEDA
Concordamos inteiramente com Irmão X: "Crianças sem disciplina e jovens sem orientação sadia constituem o gérmen dos imensos desastres humanos".
O grande problema da juventude moderna tem sido a falta de orientação e disciplina. Muitos lares de condição financeira confortável têm gerado jovens problemáticos, sem noção de respeito e equilíbrio, por haver unicamente a preocupação de dar-lhes facilidades e luxo, esquecendo-se de dar-lhes amor e educação. Outros pais até incentivam o abuso da sexualidade, a título de fazerem seus filhos "homens", "machos"!
Com isso, acontecem os velhos desastres: angústias afetivas, desgostos, abandonos, aberrações, separações, infidelidade, abortos, desespero, prostituição, ciúme, devassidão, poligamia, insatisfação, loucura, frieza, suicídio, leviandade, obsessões, crimes, amargura, guerras, etc.
Jaci Régis* lembra que "muitos jovens se arrojam aos comportamentos desequilibrados, criam fantasmas e idealizações infundadas, porque não tiveram oportunidade de receber em casa a palavra amiga, o ouvido atento".
Deste modo, pais e mães devem ser os melhores confidentes de seus filhos.
ATITUDES POSITIVAS
A preocupação dos pais deve ser sempre a de orientar e esclarecer seus filhos quanto aos questionamentos e dúvidas que vão surgindo a partir da puberdade.
Não se deve esperar que eles perguntem para então ir transmitindo as informações. O melhor é sentir o momento correto, observando-lhes o desenvolvimento. Dentro da capacidade intelectual e do entendimento deles, devem ser dadas as noções sobre sexo.
Não abandoná-los à libertinagem (liberdade sem limites), para que não caiam em perigosos abismos.
Não sermos fiscais ou policiais, usando a "marcação cerrada", mas sim orientadores e amigos, usando de uma vigilância necessária, moderada e discreta.
Não tratá-los com indiferença.
Manter o clima de amizade e confiança, favorecendo o diálogo, compreendendo-os e auxiliando-os a vencer os problemas que surgem naturalmente nos caminhos da vida.
VALORES A TRANSMITIR
Os valores a transmitir são todos aqueles que signifiquem conduzir os filhos à condição de almas equilibradas, que se esforcem por buscar sentimentos nobres e conduta reta.
Devem os pais passar-lhes os valores da amizade sincera, do entendimento, da simpatia, da concórdia, da gentileza, do respeito, da tolerância, do perdão, da delicadeza, do apoio mútuo, da lealdade, da bondade, etc.
E, acima de tudo, grande desafio para os pais é o da exemplificação, tendo uma conduta elevada que dê segurança e confiança aos seus tutelados, já que os lares onde há equilíbrio, há paz e harmonia, e onde houver paz e harmonia, haverá uma favorável à felicidade e à vida saudável, refletindo-se naturalmente na educação.
A chave da renovação da Humanidade está na educação. Lembrando Kardec', "a educação, se for bem entendida, será a chave do progresso moral". Portanto a chave da conduta sexual correta está na renovação dos valores morais através da educação de todos nós.
Retomando artigo do companheiro Walter Barcelos'", ensiná-los a conhecerem a si mesmos para corrigirem seus problemas íntimos; a buscarem a disciplina; conhecerem suas emoções e desejos; esclarecê-los sobre o funcionamento da responsabilidade na Justiça Divina diante nossos atos, pensamentos e palavras; fortalecer-lhes a coragem moral através da fé e do amor a Deus; estimular-lhes a pureza de intenções; dizer-lhes que a atração sexual sem o amor sincero é paixão passageira; dirigir-lhes o sentimento para entenderem que o amor não prescinde de perdão, paciência, tolerância, bondade, humildade e respeito; Iluminar-lhes cérebro e coração com a luz do Evangelho de Jesus; falar-lhes que, quando prejudicamos alguém, estamos realmente ferindo nossa própria consciência; e instruí-los com amor, sem precipitação ou exigências de conduta retilínea.
Completando'", sabiamente detecta: "A educação sexual da criança, em primeiro lugar, deverá constituir uma tarefa a ser cumprida amorosamente pelos pais, antes mesmo de receberem os esclarecimentos pelos educadores especializados nas escolas do mundo".
EVANGELHO - A MAIOR FONTE DE ORIENTAÇÃO
A verdadeira fonte de renovação e de orientação é o EVANGELHO, única capaz de solucionar todos os problemas de ordem moral das criaturas.
E, como representa o mais elevado código de conduta ética existente na Humanidade, logicamente constitui a melhor orientação para todos, inclusive no campo da sexualidade.
Quando as criaturas souberem pautar seus atos em normas de equilíbrio e respeito, a felicidade será recurso próximo a todos e o sofrimento será desnecessário na convivência entre as criaturas.
- Pais, não se descuidem da obrigação de preparar seus filhos para a jornada da vida. Pode ser missão difícil, porém, se bem cumprida, lhes dará uma das maiores satisfações da vida: ver os filhos deixarem esta encarnação em situação melhor do que quando a ela chegaram.
Recordemos Emmanuel": "Em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digressões nas seguintes normas:
- não proibição, mas educação;
- não abstinência imposta, mas emprego digno;
- não indisciplina, mas controle;
- não impulso livre, mas responsabilidade".
Portanto auxiliaremos nossos filhos em seus problemas sexuais afetivos, sem rigores ou proibições, através do amor, da paciência e da disciplina.
Seja a sexualidade uma força que nos dirija para a frente e para o alto, deixando-nos livres das algemas da ilusão, direcionando-nos em progressos e conquistas, carregando inexoravelmente em nossos corações as máximas do Cristo, inspirando-nos a amar ao próximo como a nós mesmos e fazer a todos aquilo que queiramos, com tanto amor e bondade, nos façam.
Referências Bibliográficas:
(1) Vida e Sexo – Emmanuel/F. C. Xavier - Lifão 5 - Editora FEB
(2) Mensagem psicografada em 07.10.83 - Caminheiro de Agostitil)ol Celso de Almeida Afonso - Centro E. Aurélio Agostinijo -1983
(3) O Consolador - Emmanuel/F.C.Xavier-Questão 110- Editora FEB
(4) O Consolador-Emmanuel/F.C.Xavier-Questão 111 -Editora FEB
(5) O Ev. Seg. o Espiritismo - Santo Agostinho - Cap. XIV-Item 09-A ingratidão dos Filljos e os Laços de Família-Editora FEB
(6) Jornal A Flama Espírita - Janeiro/84 - Artigo 'A Educação Sexual no (!}". WalterBarcelos - Uberaba
(7) Reportagens de Além-Túmulo - Irmão X/Fancisco C.Xavier- Lição 6-0 Drama de André - Editora FEB
(8) Amor, Casamento e Família -Jaci Régis - Editora Licespe
(9) O Livro dos Espíritos-Allan Kardec-Questão 917-Editora FEB
(10) Jornal A Flama Espírita - Fevereiro/84 - Artigo "A Educação Sexual no Lar (¡I) " - Walter Barcelos - Uberaba
(11) Vida e Sexo - Emmanuel/F. C.Xavier-Prefácio - Editora FEB