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HÁ TEMPO AINDA ( UMA EMOCIONANTE MENSAGEM
DIRIGIDA AOS PAIS
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Mensagens
Dirijo-me a ti, sejas tu mulher-mãe ou
homem-pai, a fim de que, juntos, alinhavemos algumas considerações a respeito do
filho ou da filha que o Criador da Vida te concedeu, para que possas cooperar no
processo de sua condução à felicidade.
Sabes, seja pelas informações da
tua filosofia religiosa ou através dos teus pensares preocupados, que tens
nobres quão graves compromissos com a alma conduzida aos teus cuidados.
Se te devotares, realmente, a esse
labor, serás capaz de dar bom termo aos deveres aceitos por ti, desde os tempos
em que te achavas no Mundo dos Espíritos.
Em verdade, não conheces,
essencialmente, a intimidade do ser que te foi apresentado como filho ou filha.
Em cada momento da convivência com essa criatura posta sob tua responsabilidade,
vais te assenhoreando, pouco a pouco, das peculiaridades gerais que o
caracterizam. Percebes, então, no contato continuado com tua cria, o quanto ela
traz de surpreendente, de grandioso ou degradante, no comportamento que
exterioriza.
Não sabes, é bem
verdade, de que experiências procedem teus filhos. Ignoras quais sejam as
bagagens que trazem no imo do ser. Nenhuma notícia obtiveste a respeito dos
arquivos pretéritos dos teus rebentos. Podem estar renascidos no teu lar
criaturas com características de Rasputin ou de Francisco de Assis, de Messalina
ou de Teresa de Ávila, de Calígula ou de Gandhi, de San Martín ou de Napoleão.
Cada um chega para a convivência contigo, para o teu envolvimento, portando
bagagens bem-aventuradas ou desafortunadas, que se constituíram ao longo do
tempo, transformadas, hoje, na auto-herança, o que bem se pode entender como o
“pecado original”, referido nos textos da Bíblia judaica, uma vez que ninguém
herda erros ou virtudes de quem quer que seja, mas de si próprios. Tanto os
tormentos íntimos quanto as excelentes virtudes procedem do passado espiritual
do próprio indivíduo.
Com base
nessas considerações, dedica-te a observar, ó pai, ó mãe, as marcas morais dos
teus pequenos, procurando identificar, do melhor modo possível, o caráter desses
seres que
Deus destinou aos teus
braços dedicados, aos teus cuidados responsáveis.
Desconhecendo a intimidade da tua
criança, trabalharás como psicólogo doméstico, quase nunca com êxito, se ignoras
que ela não passa de um Espírito reencarnado chegado ao mundo com necessidades
evolutivas de vulto.
Que
fizestes do filho confiado a vossa guarda? indagar-te-á o Criador, no âmago da
tua consciência. E terás dificuldade para justificar qualquer displicência ou
postura inadvertida, tendo agido como “laissez-faire” perante os necessários
deveres não atendidos.
Importante, meu irmão ou minha irmã,
que, ao te postares diante do teu filho no empenho de educá-lo, agora
identificado com sua realidade de um ser encarnado, tenhas atenção cuidadosa
para com os materiais que utilizarás para influenciar sobre seus destinos, que o
Criador conta que sejam elementos positivos.
No que se refira ao campo
profissional, procura não induzi-lo a centralizar seu pensamento no dinheiro que
poderá ganhar, uma vez que podes verificar que a profissionalização do indivíduo
na sociedade exprime as possibilidades de que se exercite no espírito de
cooperação com o progresso social. Ensina-lhe que o dinheiro é necessário à vida
no mundo, mas que o propósito fundamental do labor profissional deve ser o da
utilidade, pondo sempre as realizações de “Cezar” a serviço de
Deus. Aí, então, o trabalho dar-lhe-á
grandeza d´alma e valor social, sob a tua amadurecida orientação.
Na esfera da vida social, necessário
é que aprenda a respeitar as leis constituídas, a respeitar também os
semelhantes, sejam crianças ou jovens como ele próprio, sejam pessoas maduras ou
idosas. Busca sensibilizá-lo para o exercício da fraternidade, para que se
dedique a fazer amigos, mantendo sua alegria de viver, nos planos da dignidade
ética, da nobreza moral, passando a compreender que os maus exemplos dos outros
não devem servir-lhe de exemplos. Insufla-lhe, por meio da tua própria vivência,
o amor à verdade, o trato permanente com a honestidade, para que não venha a
guardar remorsos e vários outros conflitos que perturbam a alma.
No convívio contigo, trata de
acompanhar de perto teu filho ou tua filha, desenvolvendo neles, desde a fase
infantil, o costume do diálogo, da confiança recíproca. Não atires tua criança
aos excessos de qualquer teor. Esforça-te, consciente quanto és dos percalços do
caminho humano, para não expor seus corpos desnudados à vaidade, seja em nome da
moda contemporânea, seja por mero exibicionismo que recolhe os aplausos
mentirosos da excitação, aplausos que costumam agradar aos pais e abrir
agigantados fossos morais para o futuro. Nesses eventos se ocultam as garras
poderosas e babosas da pedofilia que não poupará teu filho, quer física quer
psiquicamente.
Trabalha em teu
rebento os valores positivos que nele encontres. Dá-lhe reforços felicitadores
dizendo que gostaste de alguma atitude, de alguma realização de sua autoria.
Confirma que ele foi feliz nesse ou noutro lance do caminho, não deixando de
lado tal ensejo. Não justifiques que ele não fez mais do que a própria
obrigação, uma vez que conheces agigantado número de pessoas que, mundo afora,
não cumpre os próprios deveres. Então, torna-se indispensável incentivar esse
valor onde e quando ele apareça.
Vale também ouvir suas idéias e
opiniões, ainda quando se mostrem imaturas, ainda quando não te pareçam
racionais ou próprias para a questão em apreço. Concede-lhe, por tua vez, o
direito de discordar dos teus pontos de vista, substituindo o poder do
autoritarismo violento pela autoridade, naturalmente construída no dia-a-dia do
respeito, da amizade, posto que te tornarás o amigo mais próximo do teu
rebento.
Ouve os teus filhos
com respeito e fala-lhes sobre o que pensas e porque pensas, expressando a tua
experiência de vida, a tua maturidade estruturada ao longo dos anos de
incontáveis refregas cotidianas, admitindo que eles têm seus próprios
pensamentos e que trazem na intimidade espiritual os indícios dos caminhos que
deverão seguir, quando detenham maturação para fazê-lo.
No âmbito da vida íntima, acompanha
as inclinações da cada filho e, caso percebas e constates que são tristes,
deprimidos, ansiosos, trabalha para dar-lhes o devido apoio, o que muitas vezes
lhe indicará a necessidade de algum profissional compatível com tipo de
dificuldade que apresente. Se se apresentarem sinais de uma sexualidade nada
convencional, evita aturdir-te como se já fosse o fim do mundo.
Identificando em teu filho, ou em
tua filha, expressões de voracidade sexual, posturas sexuais inversivas ou
apatias sexuais, pensa na melhor forma de auxiliá-lo, resguardando-o, porém, com
teu atencioso carinho, evitando expô-lo nas vitrinas dos escândalos, resistindo
aos pruridos do orgulho que costumam indicar posições violentas, sejam de
indiferença, sejam de agressividade.
Vale a pena buscar entendê-lo sem
repressões, orientá-lo apoiado na tua própria experiência vivencial. Caso haja
manifestações da homossexualidade ou da heterossexualidade atormentadas, saibas
que ambas te requisitam cautela na abordagem. Pedem-lhe o acompanhamento seguro
da amizade e do respeito, no empenho de diluir ao máximo qualquer dificuldade
dessas manifestações proveniente. Não o achincalhes, não lances mão da
agressividade; evita constrangê-lo com chistes ou troças francamente
dispensáveis e anacrônicas. Cada pessoa sabe o que sente e como sente, mesmo
que, muitas vezes, não saiba explicar a procedência do que registra, a origem de
seus conflitos.
Convicto de que
é exceção no mundo o número dos que estão indenes aos desarranjos da vida
sexual, respeita teus filhos, quando estejam atravessando fases complexas ou
torturantes no campo da sua sexualidade, ouvindo-os, sentindo-os, seguindo com
eles estrada afora, auxiliando-os no terreno da definição emocional, mesmo que
com lágrimas ou dores morais, certo de que ainda há tempo de contribuíres para o
mundo melhor que todos anelamos, exatamente porque
Deus confiou em ti, pai ou mãe,
entregando-te um ou mais dos Seus filhos amados, em fase de reconstrução
interior, na rota da felicidade.
Medita, pois, sobre tudo o que tens
permitido enredar os teus filhos na caminhada terrena. Reflete quanto à
qualidade de tudo isso e aprende a interferir para iluminar, a agir para
renovar, a opinar para reerguer do chão planetário a ti mesmo e aos teus irmãos,
colocados ao teu lado na condição de filho ou filha pelos vínculos
corporais.
É ainda tempo de
confirmar que a páter-maternidade é um dignificante quão abençoado exercício de
cooperação com as terrenas leis do nosso Criador.
Camilo.
Mensagem psicografada pelo médium
Raul Teixeira, em 18.02.2004, na Sociedade Espírita Esperança, em
Amparo-SP.
(“O Mundo Espírita”,
FEP, jun.2004, p. 5)